Falta de profissionais tem levado a um aumento no tempo de espera de importação e exportação de produtos
A redução natural no número de auditores fiscais federais agropecuários (Affas) nas diversas áreas de atuação tem aumentado o tempo que produtos importados e exportados esperam por fiscalização nos portos do país, impactando negativamente o mercado agropecuário brasileiro. O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Affa Sindical) aponta uma série de medidas que o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) já tem a sua disposição e que pode utilizar para reduzir esse impacto.
Entre as medidas está a convocação de 150 médicos veterinários aprovados no último concurso realizado pelo Mapa e que estão entre os excedentes. “Essa medida foi proposta ainda no mês passado, porque percebemos uma redução no número de Affas na inspeção federal. São profissionais qualificados e que poderiam ser convocados imediatamente sem a necessidade de realização de um novo certame”, explica o presidente do Anffa Sindical, Maurício Porto. A aposentadoria é a maior causa da redução no número de affas nestes postos de trabalho.
Outra medida apresentada pelo Anffa Sindical é a incorporação dos engenheiros agrônomos oriundos do extinto Ministério do Desenvolvimento Agrário à carreira de auditores. O sindicato apresentou formalmente a solicitação ao Mapa, que negou o pedido. “No momento, o déficit de pessoal está impactando o mercado agropecuário brasileiro e estamos apresentando alternativas que já estão nas mãos do Ministério. Precisamos lembrar que o trabalho dos auditores fiscais federais agropecuários impacta positivamente a balança comercial. Os custos nesta área são investimentos de retorno imediato com melhora no ambiente de importação e exportação e a liberação mais ágil de mercadorias nos portos e postos de fronteira, além de contribuírem para o desenvolvimento do país”, destaca Porto.
Estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas verificou que os Affas são responsáveis pela geração de 2,2 milhões de empregos e influem positivamente na arrecadação de R$ 2,9 bilhões em impostos com impacto positivo de até R$ 76 bilhões por ano.
A carreira dos auditores fiscais federais agropecuários é formada por cinco profissões. Além de médicos veterinários, há engenheiros agrônomos, zootecnistas, farmacêuticos e químicos. O déficit de profissionais nas cinco áreas de atuação é denunciado há algum tempo pelo Anffa Sindical e já reconhecida pelo Mapa. Segundo estudos do próprio ministério, em 2015 havia a necessidade de contratação de 1600 profissionais. Em 2017, após a operação Carne Fraca, da Polícia Federal, o Mapa realizou concurso para 300 Affas médicos veterinários. “Alertamos à época que as contratações eram insuficientes pois atendiam apenas à inspeção agropecuária dentro dos frigoríficos. É necessária a realização de concurso para as outras categorias componentes da carreira que também estão estranguladas, como é o caso dos laboratórios, dos portos, aeroportos e postos de fronteira”, explica o presidente. O sindicato já solicitou ao Mapa a realização de concurso para as outras carreiras e o pedido foi endossado pelo Mapa e encaminhado ao Ministério da Economia.
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