Segundo alguns estudos realizados no Brasil, somente para a cultura da manga, o impacto da sua dispersão, para as principais áreas produtivas de frutas do país, causaria em torno de R$176 milhões de prejuízos diretos, e cerca de R$190 milhões nas exportações dessa fruta pelo Brasil
A mosca-da-carambola é uma espécie de moscas-das-frutas considerada atualmente a praga de maior preocupação para a fruticultura nacional e a principal barreira fitossanitária para as exportações de frutas brasileiras, tendo em vista os prejuízos que pode causar, seja com danos diretos nos frutos e perdas na produção, além da perda de mercados de exportação e os custos elevados das ações de controle, tanto para o produtor quanto para o governo federal e estaduais envolvidos.
Segundo alguns estudos realizados no Brasil, somente para a cultura da manga, o impacto da sua dispersão, para as principais áreas produtivas de frutas do país, causaria em torno de R$176 milhões de prejuízos diretos, e cerca de R$190 milhões nas exportações dessa fruta pelo Brasil.
Os danos são grandes, os adultos fazem a postura nos frutos. As larvas penetram no fruto e alimentam-se do seu interior, podendo destruí-lo completamente.
A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) orientou que as Superintendências Federais de Agricultura e os órgãos estaduais de Defesa Agropecuária continuassem com o Programa Nacional de Erradicação da Mosca-da-Carambola, mesmo diante da situação de pandemia mundial com o novo coronavírus, por se tratar de atividade essencial definida em decreto presidencial. As ações do Programa têm o objetivo de erradicar a praga no país.
Durante o período de pandemia, as ações de combate nos estados em que a praga está presente foram reajustadas para que pudessem continuar em execução: "Em Roraima, os servidores do Mapa, afastados por se encontrarem em grupo de risco, foram substituídos por colegas da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (ADERR), que já atua em conjunto com o Ministério nas ações de monitoramento e controle", acrescentou a Coordenadora-Geral de Proteção de Plantas do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, Graciane Castro. No Amapá o Mapa possui um contrato com uma empresa terceirizada que executa as atividades de monitoramento e controle da praga, cuja maioria dos funcionários não se encontra no grupo de risco para covid-19, o que permitiu a continuidade das ações. Uma equipe dessa empresa também tem reforçado as ações no estado do Pará, juntamente com servidores da Agência Estadual local, a ADEPARÁ.
"Nos demais estados onde a mosca não se encontra presente, mas são considerados como de alto risco de dispersão, como Amazonas, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins, houve uma pequena redução nas ações de monitoramento e em alguns casos também a realização de parcerias com as Agências Estaduais, mas os trabalhos continuam sendo executados", complementou.
Nos locais onde ela não está presente é realizado o monitoramento permanente, por meio dos levantamentos fitossanitários de detecção, além do controle de frutos hospedeiros, provenientes dos estados onde a praga está presente. Já onde ela se encontra, no Amapá, Pará e Roraima, o monitoramento é mais intensivo, há maior quantidade de armadilhas, além da pulverização de hospedeiros, lançamento de blocos para a Técnica de Aniquilamento de Machos, coleta e destruição de frutos hospedeiros, controle e vigilância do trânsito de vegetais hospedeiros da praga, para evitar a sua dispersão para áreas ainda indenes e ações intensas de educação fitossanitária.
Seu nome científico é Bactrocera Carambolae (Mosca-da-carambola), por essa fruta ser seu hospedeiro preferencial, mas ela tem uma lista de hospedeiros bastante diversa, entre elas acerola, caju, goiaba, jambo, alguns citros (laranja, tangerina), manga, tomate e alguns tipos de pimenta, por exemplo. "Esses são alguns dos frutos hospedeiros já comprovados cientificamente, mas é provável que atinja outras espécies frutíferas de importância econômica para o Brasil", informou Castro.
Por ser uma praga regulamentada como quarentenária para o Brasil e objeto de um programa de erradicação, a maior preocupação dos produtores que se encontram nos estados onde ela está presente, deve ser o de informar imediatamente a Agência local ou o Mapa, caso haja suspeita da presença da praga para a adoção de medidas oficiais de controle.