O objetivo é erradicar a doença na Zona não Livre do país. Apesar de ser viral, não atinge o ser humano, mas causa grandes prejuízos econômicos
Ocorreu na manhã de ontem, quinta-feira (13/05), o lançamento do Plano Estratégico Brasil Livre de Peste Suína Clássica (PSC), com campanha de vacinação, promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O objetivo é erradicar a doença na Zona não Livre do país. Apesar de ser viral, não atinge o ser humano, mas causa grandes prejuízos econômicos.
O projeto piloto do Plano será no estado de Alagoas, com vacinação iniciada em 24/05 seguindo até 30/06. “É o pontapé inicial para colocar estados livres de não livres na mesma página e vai possibilitar novos investimentos. O Plano vai beneficiar tanto as comunidades locais, que têm na criação de suínos uma alternativa de fonte alimentar e de renda, quanto a suinocultura industrial nacional, que mantém sua competitividade no mercado internacional diretamente relacionada à qualidade e à confiança conferidas pelos controles sanitários”, informou a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Cristina, ainda, agradeceu as entidades que participaram, também à equipe do Mapa, e reforçou que esta é uma data muito importante. “Sucesso e que Alagoas tenha todos os suínos vacinados”, reforçou.
Para o secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal, isso demonstra a preocupação do Governo Federal. “Temos que ter uma atenção na execução da sequência a um plano ambicioso e que não pode parar. Este é um aprimoramento da suinocultura nacional”, enalteceu. O plano estenderá aos demais estados brasileiros que integram a zona não livre da doença.
O diretor do departamento de Saúde Animal e Auditor Fiscal Federal Agropecuário, Geraldo Moraes, fez uma apresentação detalhada do Plano, falou dos desafios do projeto piloto e perspectivas futuras, para continuidade nos outros estados. “É sempre um grande passo esse processo que está iniciando. Temos um grande desafio”, exclamou.
Atualmente, 50% do território brasileiro não é livre de PSC, o que representa 18% do rebanho suíno. “Pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), temos duas zonas livres de PSC, representadas por Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mais 13 reconhecidas em 2016 e o Distrito Federal (RS, SC, PR, MG, SP, MS, MT, GO, DF, RJ, ES, BA, SE, TO, RO e AC). Estamos com um pleito junto à OIE, para reconhecimento do Paraná, como zona livre independente”, complementou.
Os limites entre as zonas livre e não livre de PSC são protegidos por barreiras naturais e postos de fiscalização, onde procedimentos de vigilância e mitigação de risco para evitar a introdução da doença são adotados continuamente.
Em 2019 o valor total de carne suína exportada foi de US$ 1,8 bilhão e em 2020 aumentou para US$ 2,4 bilhões. “A exportação atinge grande número de países. A China é o principal interlocutor, com um total de 58%”.
Geraldo apresentou uma linha do tempo desde a primeira descrição da PSC, em 1888, e, a partir daí, várias passagens importantes, como no ano de 1992, em que foi criado o Programa de Controle e Erradicação da PSC.
“O objetivo é evitar o ingresso da doença na ZL, evoluir na erradicação da doença, reduzir perdas diretas e indiretas causadas pela doença, gerando benefícios pelo status sanitário de país livre da doença”, colocou Moraes.
O Affa Guilherme Takeda complementou que o propósito é exercitar a operação da vacinação contra a PSC em Alagoas e identificar possíveis dificuldades que possam prejudicar sua execução nas demais UFs da Zona não Livre. “Vamos avaliar e aprimorar conforme o piloto, assim, aparar as arestas. Também, fizemos uma revisão dos Atos Normativos, como a Portaria 307 de 08 de novembro de 2021, que instituiu a obrigatoriedade de vacinação de PSC em Alagoas”, esclareceu. Takeda falou ainda do Plano Tático e Operacional do Projeto Piloto, composição do vírus atenuado, produzido a partir da cepa da China.
Em novembro está marcado o início da segunda etapa da vacinação. “A meta é replicar o modelo e vacinar todos os suínos da região I, que inclui AL, CE, MA, PB, PE, PI e RN”, finalizou.
O evento teve a participação das instituições que irão executar o projeto piloto e apoiadores da iniciativa.