Na oportunidade, o presidente do Sindicato, Janus Pablo, e o vice-presidente do Sindicato, Ricardo Aurélio, estiveram à disposição dos profissionais e responderam, uma a uma, as perguntas feitas sobre o estudo.
Representantes de jornais, rádio e outros veículos de comunicação de expressão nacional participaram, na manhã desta quarta-feira (14), de uma coletiva de imprensa promovida pelo Anffa Sindical para apresentação do novo trabalho da FGV (Fundação Getúlio Vargas) que aponta o impacto direto e indireto das atividades Affas na economia do país em 2020. (veja aqui).
Na oportunidade, o presidente do Sindicato, Janus Pablo, e o vice-presidente do Sindicato, Ricardo Aurélio, estiveram à disposição dos profissionais e responderam, uma a uma, as perguntas feitas sobre o estudo.
Antes, eles fizeram uma apresentação dos dados, sempre vinculados a demandas intimamente ligadas às necessidades da carreira, como o aumento de efetivo, a questão da meritocracia, a saúde laboral, prerrogativas funcionais, entre outras.
“Esse estudo vem nos ajudar para que haja a realização do nosso trabalho com mais concursos públicos. Recentemente, houve encaminhamento, do Mapa com um pedido de novo certame e, no momento, esse pedido se encontra no ministério da Economia e segue represado. Recebemos a notícia de que estão esperando a aprovação da Reforma Administrativa, mas o agronegócio não pode esperar por isso. Tampouco, nossa carreira quer fazer parte desse gargalo. Muito pelo contrário. Nós queremos trabalhar de forma moderna, atuando em níveis de alta complexidade, de inteligência, e sendo a mola propulsora do setor. Nesse sentido, esse estudo vem a favorecer a conquista dos nossos pleitos”, disse Pablo aos jornalistas.
Ao falar dos impactos da atuação da carreira em números, o vice-presidente, Ricardo Aurélio, lembrou que o setor do agronegócio tem gerado economia para o país neste momento de crise sanitária e fortalecido a capacidade do Governo em responder algumas demandas tão urgentes da sociedade.
“Em 2020, pico da pandemia, o PIB do agronegócio respondeu por 26,6% PIB total brasileiro e isso corresponde a R$ 2 trilhões. Pensando um pouco mais além, o que seria da economia em 2020, frente a tantos desafios, se o agronegócio não estivesse presente? O superávit nesse período foi de U$ 87,7 bilhões e se o setor não tivesse contribuído o déficit na balança comercial seria de U$ 36 bilhões. Isso mostra mais uma vez a força que consagra o Brasil como um dos maiores fornecedores de alimentos do mundo”, explica.
Sobre a atuação da carreira, Ricardo pontuou que em áreas como frigoríficos, portos, aeroportos a presença do Affa não deixou de existir em plena pandemia. Pelo contrário. Apesar de dados do Sindicato apontarem uma carência de 1.620 profissionais em função do crescimento das demandas do agronegócio, o efetivo atual, em torno de 2.500, não deixou de atuar. “Mais do que nunca houve a necessidade de todos trabalhando em atividades presenciais naquelas áreas de grande risco à saúde pública, que são as áreas de produção de alimentos, entre outras, e aquelas que envolvem emissão de certificados sanitários internacionais, o que mostra que houve o aumento das exportações. Fora a abertura de 24 novos mercados em 2020”, frisou Ricardo.
Segundo ele, atualmente, o ministério da Agricultura tem o menor número de servidores em teletrabalho ou home office, algo em torno de 19% do efetivo. “A maior parte está presente todos os dias durante a pandemia, exceto aqueles que estão afastados por comorbidades que trabalham remotamente”, acrescentou.
A atuação dos Affas nos laboratórios agropecuários no diagnóstico da Covid-19 também foi lembrada por Ricardo Aurélio. “Nossa atuação na pandemia não se restringiu aos mercados de importação e nas vigilâncias, entre outras, mas também no combate ao Coronavírus, dentro dos laboratórios de defesa agropecuária, que foram colocados à disposição do ministério da Saúde para realização de exames de diagnóstico. É o setor agropecuário colocando a indústria veterinária e as suas plantas industriais à disposição para produção de vacinas contra essa doença. Então, há uma interlocução muito importante com a área da saúde humana”, disse.
Sobre as perdas mediante a entrada de pragas no país sem a presença constante do Affas no trabalho de fiscalização e inspeção, o vice-presidente salientou que os prejuízos seriam em torno de R$ 25,7 bilhões nas exportações, de acordo com os cálculos feitos pela FGV. “Na agroindústria, a perda seria R$ 17,9 bilhões e, em outros setores, de R$ 1,3 bilhão. É uma perda acentuada e não só imediata, mas de investimentos de anos que foram gastos e que teríamos que retomar dentro da capacidade de produção que hoje já temos”.
Além dos números apresentados, os dirigentes sindicais responderam a muitas perguntas sobre as condições de trabalho com pessoal reduzido e aumento da demanda, as ameaças advindas do PL do autocontrole (PL 1293), e também sobre os impactos da Reforma Administrativa (PEC 32) nas funções exercidas pela carreira.
“Com relação a PEC 32, destacamos a necessidade da tipificação da carreira como cargo típico de Estado porque a carreira que não for enquadrada nesse rol ficará sem concurso público e mais vulnerável à terceirização das suas ações. Esse assunto, além do autocontrole e a luta por concursos públicos são muitas frentes para se trabalhar e temos que aproveitar esse estudo da FGV para usar como ferramenta para fortalecer nossa argumentação e convencer as autoridades de que somos carreira de Estado e precisamos de mais Auditores para gerar divisas e favorecer o agronegócio”, pontuou.
Estiveram na coletiva jornalistas do Portal Globo Rural, da Folha de S.Paulo, do Valor Econômico, Rádio Band, do Negócios Pro, do site Economia SA, do jornal O Liberal (Pará) e Canal do Boi.