Na ativa ou até mesmo aposentadas, elas ajudam a engrandecer o coro da categoria por igualdade e respeito, condições buscadas para equiparação isonômica com às demais as carreiras voltadas para a auditoria.
Data marcada por comemorações e homenagens à figura feminina, sempre associada à força e valorização, o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem um caráter diferenciado este ano para as Affas.
Afinal, centenas delas seguem engajadas há meses com o mesmo propósito em todos os cantos do país: a valorização da carreira à qual pertencem.
Na ativa ou até mesmo aposentadas, elas ajudam a engrandecer o coro da categoria por igualdade e respeito, condições buscadas para equiparação isonômica com às demais as carreiras voltadas para a auditoria.
Aposentada desde 2017, Márcia Franca Gonçalves Villa é integrante do Comando Estadual de Mobilização no Rio de Janeiro. Com a expertise de quem esteve, assim como outras mulheres, à frente das discussões que resultaram na criação da carreira, a Auditora vê algo especial na figura feminina. “Hoje o percentual de mulheres na auditoria fiscal federal agropecuária é bem maior do que antigamente. Acho que temos um diferencial que é esse olhar feminino com mais minúcia, com foco nos detalhes. Mas, claro, que sempre trabalhando em equipe e mostrando a capacidade de sermos multiprofissionais”, disse a colega que ingressou no Mapa em 1994.
Atuante a maior parte do tempo na área de defesa sanitária e no Vigiagro, a filiada gosta de exaltar a condição de Affa como aquele que, acima de tudo, é essencial para a chamada “saúde única”, que é a junção da medicina humana com o controle da transmissão de doenças a partir dos alimentos, evitando-se, assim, as doenças. “Temos que nos colocar, desta forma, como profissionais de saúde que somos. Profissionais importantes nessa cadeia de produção e saúde”, explicou.
Para ela, a pujança trazida pelo setor do agronegócio também deve muito às mulheres, que desempenham bem seu papel. “Não há mais essa questão do preconceito, em relação a algum procedimento que seja perigoso de executar. Hoje em dia, todos, dentro da sua qualificação técnica, vão atuando. E isso para mim é cada vez mais claro. A mulher tem seu papel conquistado e merecido”, esclareceu a Affa aposentada.
Para a delegada sindical do Paraná, Márcia Cristina Nonnemacher Santos, tanto no serviço público como nas ações de mobilização, não deve haver diferença no tratamento, assim como nas atividades como um todo. “A entrada no serviço público por meio de concurso público já elimina as distinções entre homens e mulheres. O que temos percebido é um número maior delas nas aprovações dos certames. E, consequentemente, um aumento em cargos de chefia ou liderança”, constatou a Affa lotada no 8 SIPOA e com experiência de 21 anos de ingresso no Mapa.
O papel de liderança também é observado pela Affa Ana Carolina Renda, representante do Comando Estadual de Mobilização de Mato Grosso do Sul. “Diante da complexidade referente à necessidade de desempenhar multitarefas, levando em consideração os aspectos objetivos e subjetivos envolvidos, a mulher vem conquistando cada vez mais destaque nos diversos âmbitos. As atividades de fiscalização e auditoria, por exemplo, requerem um perfil analítico, criterioso, capaz de avaliar as diferentes informações, dados e processos de forma concomitante. Atribuição essa típica do universo feminino”, afirmou ela, que é lotada em Sidrolândia/MS, no 7° SIPOA.
Segundo ela, é justamente tal característica, aliada à preponderância do lado emocional, que torna possível o delineamento empático de cenários, a partir da ponderação da realidade de cada um dos atores. “Isso acaba gerando uma abordagem mais cooperativa nas tomadas de decisões, inclusive, dentro do Sindicato”.
No que compete às atribuições da carreira, a Auditora reitera que mulheres e homens devem trabalhar e batalhar juntos, sempre, para que possa ser atingida a meta de igualdade de direitos, oportunidades e condições para todos.
Protagonismo – A atuação das Affas no movimento sindical despontou, segundo o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo. “Nessa gestão do Conselho de Delegados Sindicais temos a maior representatividade feminina. Chegamos a ter nove delegadas. Hoje, são oito em decorrência do afastamento de uma colega por motivos de saúde. Inclusive, a maior delegacia com representação sindical é chefiada por uma mulher. O que só vem confirmar que a capacidade de liderança não é uma aptidão masculina. Na prática, e no movimento sindical, quando elas conseguem vencer as barreiras impostas mostram-se líderes competentes e bastante atuantes”, disse.
Segundo o dirigente sindical, a meta é aumentar a participação delas cada vez mais, de maneira que a carreira só tenha a ganhar com essa ação. Atualmente, existem 970 Affas em atividade e 418 aposentadas. A edição de novos certames, bandeira de luta do Sindicato, contribuirá para, não só aumentar o quadro de servidores efeitos, mas para abrir oportunidades para que as mulheres ocupem cada vez mais esses espaços com a competência e a determinação que lhes é atribuída.