A história conta que brasileiros de renome em suas respectivas áreas de atuação foram também servidores do Ministério da Agricultura.
Na exposição que fica disponível até 31/10, no anexo do Ministério da Agricultura, em Brasília, um pouco da história desses servidores ilustres pode ser conhecida por meio de documentos e imagens. Conheça aqui alguns dos principais nomes.
Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908)
Primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, fundada em 1897 e servidor da pasta correspondente ao Ministério da Agricultura entre as décadas de 1870 a 1900.
Acredita-se que a atuação de Machado de Assis no Ministério da Agricultura teria influenciado em suas atividades literárias. Em obras como “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e no conto “Na arca: três capítulos inéditos do Gênesis”, o escritor explorou elementos da realidade agrária e questões fundiárias, além de inúmeras referências à escravidão. Não foi um revolucionário social, mas percebeu as contradições de seu tempo e as registrou em sua obra.
Artur Azevedo (1855-1908)
O dramaturgo e irmão do escritor Aluísio Azevedo, foi contemporâneo de Machado de Assis e seu colega na Secretaria de Estado dos Negócios da Indústria, Viação e Obras Públicas, tendo sido, portanto, servidor do Ministério. Foi também um dos fundadores, junto com o irmão e opróprio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras.
Chico Xavier (1910-2012)
Francisco de Paula Cândido, mais conhecido pelo pseudônimo Francisco Cândido Xavier foi servidor do Ministério da Agricultura de 1935 a 1961, nas cidades mineiras de Pedro Leopoldo e Uberaba.
Em 1935 foi admitido como trabalhador diarista na Inspetoria Regional da Divisão de Fomento da Produção Animal na Fazenda Modelo em Pedro Leopoldo, no Ministério da Agricultura. Em 1939 tornou-se auxiliar de 5ª classe e no ano seguinte foi nomeado praticante de escritório. Atuou nessa função até 1950 quando recebeu nova nomeação como escrevente datilógrafo. Sua última lotação foi em Uberaba, para onde foi transferido em 1959, aposentando-se dois anos mais tarde por problemas de visão.
Recebeu títulos de Cidadão Honorário, diplomas e comendas. Também foi considerado o Mineiro do Século XX, em 2002, e O Maior Brasileiro de todos os tempos dez anos mais tarde.
Todas essas informações estão disponíveis na galeria de servidores ilustres, no túnel entre os anexos A e B do MAPA, idealizada por Dona Neuza, coordenadora da Binagri. Ela conta que, no ato da construção da galeria, colocara as personalidades lado a lado, mas então pensou: “É quanto a nós, os anônimos? Também somos servidores ilustres.” Então finalizou a área de grandes nomes da agricultura colocando um espelho na parede, para que cada servidor que por ali passar, se sinta homenageado tal qual Machado, Artur e Chico estão.
