O presidente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou, nesta quinta-feira (29/12), que o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) comandará o Ministério da Agricultura e Pecuária. Fávaro era um dos principais cotados para assumir o comando da pasta no novo governo. Seu nome foi discutido ao longo da campanha eleitoral, quando coordenou o núcleo de agricultura na equipe de governo de transição.
Após a confirmação de Carlos Fávaro, representantes do agronegócio demonstraram seus posicionamentos a respeito da escolha de Lula. Veja mais:
“Conheço o Fávaro há muitos anos. Quando fui ministro da Agricultura, ele presidia a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). É uma liderança tranquila e tem boas características. Tem boas condições para ser um competente ministro da Agricultura. Não tenho a menor dúvida. Vamos apoiá-lo e estou torcendo por ele”. -Coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
“Ele assumirá em um período de safra menos lucrativa, preços mais ajustados, juro elevado. Será um período mais difícil, mas vejo que a agricultura ligada à exportação ninguém segura; o que seguraria seria atrapalhar as exportações com ideias atrasadas de taxar exportações, mas Fávaro é o nome certo para encarar esses traumas porque conhece o setor, em especial em seu Estado, Mato Grosso”. -Pecuarista e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Pedro de Camargo Neto.
“O senador ingressou na vida pública após anos de trabalho no agronegócio e conhece os nossos anseios. Os produtores brasileiros e paulistas esperam que o ministro adote políticas públicas que atendam às reais necessidades do Agro, com geração de empregos e investimentos, direito à propriedade privada e paz no campo. O Agro defende uma política econômica que estimule a produção, além da necessária segurança jurídica. Pedimos atenção especial ao Plano Safra, fundamental para que o Agro tenha os recursos necessários para continuar a produzir”. -Presidente da Faesp, Fábio Meirelles.
“Além de ter traquejo político e desenvoltura para enfrentar os desafios inerentes ao cargo, o futuro ministro é favorável à adoção das novas tecnologias e a biotecnologia. Ele não é resistente aos avanços e os defende, pois ninguém deve ser contrário a quem produz respeitando o meio ambiente”. -Ex-ministro da Agricultura, Blairo Magg.
“Desejamos muito sucesso ao senador Carlos Fávaro, que atualmente é membro da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), e sempre atuou em defesa do agro. O Ministério da Agricultura é extremamente relevante na composição do governo federal, uma vez que o Brasil é considerado um dos países mais importantes do mundo para a segurança alimentar da humanidade tanto no presente como no futuro. Assim, consideramos importante a indicação de um nome que possui experiência e bom relacionamento tanto com produtores como com entidades representativas do setor para o comando da pasta”. -Presidente do Sistema da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB), Marcio Lopes de Freitas.
“Trabalhei com Carlos Fávaro na Frente Parlamentar do Biodiesel, que presidi e ele foi vice. Qualificado, de bom trato, espero que tenhamos uma boa relação com ele”. -Deputado federal e futuro presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (PP-PR).
“Não tenho dúvidas de que o presidente Lula fez a melhor escolha para representar o setor, e que você desempenhará um grande trabalho, com resultados positivos para o nosso país. Conte sempre comigo”. -Deputado federal, Neri Geller (PP).
Saiba quem é Carlos Fávaro:
Com 53 anos e natural de Bela Vista do Paraíso (PR), o futuro ministro da Agricultura tem construído a sua trajetória política a partir de Mato Grosso (MT), estado onde vive desde 1986.
Após se dedicar a entidades voltadas aos produtores rurais, foi eleito vice-governador mato-grossense na chapa encabeçada por Pedro Taques, em 2014, ocasião em que era filiado ao PP.
Após cumprir o mandato, Fávaro buscou, já pelo PSD, ocupar uma cadeira no Senado Federal. A tentativa inicial, no entanto, não foi exitosa. Isso porque no pleito de 2018, acabou na terceira colocação e ficou — momentaneamente — sem mandato. Dois anos depois, contudo, ele voltou a concorrer ao mesmo posto, em eleição suplementar realizada em virtude da cassação do mandato da então senadora Selma Arruda. Foi o mais votado entre 11 candidatos e se tornou o representante de Mato Grosso no Congresso Nacional, com 25,97% dos votos válidos.
Carlos Fávaro é aliado de Lula desde o primeiro turno das eleições. Para o ministério, além da experiência política, ele leva a bagagem de produtor rural e dirigente de entidades. Agricultor com histórico de se dedicar às culturas como arroz, milho, soja e sorgo.
Passagens de Carlos Fávaro no agronegócio:
Delegado da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT) — 2006;
Presidente da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores de Lucas do Rio Verde (Cooperbio Verde) — 2007;
Delegado-coordenador da Aprosoja pelo município de Lucas do Rio Verde — 2008;
Vice-presidente da Aprosoja-MT e da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil) — 2010;
Presidente da Aprosoja-MT — eleito em 2012 e reeleito em 2014, mas teve que se licenciar para ser candidato a vice-governador de Mato Grosso.
*Fonte: Canal Rural com adaptações Anffa Sindical