As pessoas sob risco de serem infectadas pelo vírus da influenza aviária A (H5N1) são aquelas expostas direta ou indiretamente aos animais infectados (vivos ou mortos) e/ou ambientes contaminados. Exemplos são funcionários/colaboradores de Centros de Reabilitação de Mamíferos Aquáticos, CETAS, incluindo aqueles que realizam a limpeza e desinfecção desses locais. Em relação a influenza em mamíferos aquáticos de vida livre, considera-se que todas as pessoas que manipularam ou estiveram em contato próximo com esses animais também estão sob risco. Assim, para evitar a transmissão zoonótica, recomenda-se o uso adequado de EPIs e outras medidas de proteção na manipulação desses animais.
Ressalta-se que até o momento, dentro do que foi observado no mundo, o vírus da influenza aviária A (H5N1) não infecta humanos com facilidade e, quando ocorre, a transmissão de pessoa a pessoa não é sustentada.
No entanto, considerando esse potencial risco de infecção em humanos, caso o SVO identifique casos prováveis ou confirmados de influenza aviária em aves, mamíferos aquáticos e outras espécies não usuais, é recomendada a vigilância ativa e monitoramento das pessoas expostas a esses animais, com o objetivo de identificar precocemente e notificar oportunamente os eventos inusitados de transmissão na interface humano-animal.
Dado a suspeita ou ocorrência de um caso de Síndrome Gripal (SG) ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em pessoas que foram expostas a casos prováveis ou confirmados em animais para influenza aviária, é de extrema importância a notificação imediata às autoridades sanitárias responsáveis nos níveis municipal, estadual e nacional, já que pode constituir uma Emergência de Saúde Pública (ESP). Os meios de notificação imediata para o Ministério da Saúde são:
Telefone: 0800-644-6645 E-mail: notifica@saude.gov.br
Ficha de Notificação Imediata de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública: AQUI – A notificação deverá ser realizada informando nos seguintes campos:
Descrição do evento: Doença, agravo ou evento de notificação imediata
Doença, agravo ou evento a ser notificado: Influenza A (H5N1)
A notificação oportuna acionará as autoridades sanitárias responsáveis pela vigilância e investigação epidemiológica e laboratorial dos casos humanos e implementação das medidas adequadas de prevenção e controle. Por questões de biossegurança, as amostras de casos humanos suspeitos de Influenza A (H5N1) devem ser processadas apenas nos Laboratórios que possuírem Nível de Biossegurança 3 (NB3). No Brasil, os laboratórios que atendem a esses critérios são: o Laboratório de Referência Nacional (Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – Rio de Janeiro/RJ) e os dois Laboratórios de Referência Regional (Instituto Adolfo Lutz – São Paulo/SP e Instituto Evandro Chagas – Ananindeua/PA). Esses três laboratórios são credenciados na Organização Mundial da Saúde como centros de referência para influenza (NIC, do inglês National Influenza Center), os quais fazem parte da rede global de vigilância da influenza.
As recomendações sobre coleta, armazenamento e biossegurança das amostras de casos suspeitos para influenza em humanos encontram-se descritas no Guia para a Rede Laboratorial de Vigilância de Influenza no Brasill e no GUIA PARA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL EM SAÚDE PÚBLICA ORIENTAÇÕES PARA O SISTEMA NACIONAL DE LABORATÓRIOS DE SAÚDE PÚBLICA.
Ressalta-se que o controle da doença nos animais é a primeira medida para redução do risco para humanos. Portanto, é fundamental que as vigilâncias animal e humana atuem em constante comunicação, trabalhando de forma coordenada e sendo fortalecidas mutuamente.