Com apenas três gotas da substância suspeita, o espectrômetro de infravermelho é capaz de detectar com precisão se o material é falsificado
Em menos de cinco minutos, auditores fiscais federais agropecuários podem identificar agrotóxicos falsificados ou contrabandeados graças a um espectrômetro de infravermelho que permite análises rápidas e precisas, reduzindo a necessidade de enviar amostras para laboratórios, o que otimiza tempo e recursos. Em dois anos de uso, o aparelho já diagnosticou cerca de 200 produtos suspeitos, fortalecendo as operações de combate a produtos ilegais no setor agropecuário.
Adquirido há três anos, o espectrômetro passou seu primeiro ano recebendo uma vasta biblioteca de referência construída com mais de mil agrotóxicos, o que hoje garante uma precisão ainda maior nas análises. O equipamento é capaz de detectar irregularidades com apenas três gotas de líquido ou uma quantidade equivalente de um produto sólido, tornando o processo de auditoria e fiscalização mais ágil e eficiente.
“A inspeção visual, como verificação de rotulagem e embalagem, continua importante, mas nos últimos anos temos uma tecnologia que oferece uma identificação quase imediata”, afirma Marcelo Bressan, engenheiro agrônomo e auditor fiscal federal agropecuário responsável pelo projeto Sistema de Triagem Rápida de Agrotóxicos e Resíduos (Sitrar), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O auditor explica que o uso do aparelho elimina a necessidade de consumíveis, tornando as análises praticamente sem custo adicional, ou seja, além de sua praticidade e precisão em análises de triagem, o equipamento contribui para a redução de custos, já que diminui a dependência de análises laboratoriais mais complexas. “Hoje, a análise de triagem de agrotóxicos está cada vez consolidada e trazendo resultados práticos para os fiscais e policiais. Os auditores fiscais agropecuários foram pioneiros no uso dessa tecnologia no Brasil, e isso visa garantir a qualidade dos insumos, protegendo o meio ambiente e a saúde”, afirma Bressan.
O próximo passo do projeto é expandir o uso da tecnologia para outras áreas de fiscalização, como bebidas, azeites e fertilizantes, e disseminar seu uso em outros estados e órgãos de fiscalização. “Estamos construindo uma rede de equipamentos e estrutura mínima para que o trabalho seja rápido e preciso em todo o país”, acrescenta Bressan.