Ministério da Agricultura e Pecuária aderiu ao Concurso Nacional Unificado; decisão preocupa sindicato, que teme por qualidade na seleção de candidatos com formações específicas para a carreira

Representantes do Sindicado Nacional dos Auditores Fiscais Federais (Anffa Sindical) confirmaram nesta quarta-feira (20) a decisão do governo federal de incluir o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no Concurso Nacional Unificado. A previsão é de o edital ser publicado em dezembro e a prova ser aplicada em fevereiro de 2024. Com isso, as nomeações devem acontecer somente no segundo semestre do próximo ano. 

Segundo o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo, a preocupação é de atrasos na conclusão do certamente para a carreira, que hoje possui cerca de 20% dos 2,3 mil servidores aptos a se aposentar. “Se tivermos um cenário de um ano ou mais sem a entrada de novos servidores, a defesa agropecuária do Brasil pode ficar comprometida”, alertou. 

De acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Agro), a atuação dos auditores agropecuários contribuiu em 8,6% dos US$ 160 bilhões em exportações no ano de 2022, ou seja, US$ 13,7 bilhões. O valor alcançado está relacionado, por exemplo, à fiscalização de mercadorias em portos, aeroportos, zonas de fronteira, plantas de frigoríficos, agroindústrias e campos de produção, além de auditorias e certificações. 

Macedo também reforça a importância de haver provas específicas para as formações exigidas ao cargo de auditor agropecuário, como veterinário, agrônomo e farmacêutico. “Concordamos que, em um aspecto geral, o concurso unificado simplifica e gera economicidade à Administração Pública, mas a nossa carreira deve ser tratada como um caso à parte. Sendo assim, a seleção precisa ser criteriosa e garantir a qualidade do candidato selecionado”, advertiu. 

O Concurso Nacional Unificado será adotado para as 8 mil vagas anunciadas pelo Executivo Federal em diferentes carreiras. Em junho, o governo autorizou 200 novas vagas de auditores agropecuários, o que corresponde a apenas 11,4% da demanda solicitada pelo Mapa ao Ministério de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, ou seja, 1,7 mil novos cargos. 

“Seguiremos acompanhando todos os trâmites do governo, para garantirmos transparência, qualidade e rapidez no incremento de novos servidores ao nosso quadro”, afirmou o presidente do sindicato. 

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