Tendo como norteador o pensamento do filósofo e historiador francês Jules Michelet de que “um sistema de legislação é sempre impotente se, paralelamente, não se criar um sistema de educação” , o Programa Nacional de Educação Sanitária em Defesa Agropecuária (Proesa) se apresenta como “um programa de todos e para todos”.

Inserido no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e coordenado pela Secretaria de Defesa Agropecuária através do Setor de Educação Sanitária do Departamento de Serviços Técnicos (SEDUC/DTEC/SDA/MAPA), o programa realizou importantes ações de educação sanitária ao longo deste ano e pretende expandir ainda mais a atuação em 2024.

Por meio de articulações interinstitucionais em prol da saúde única e da sustentabilidade socioambiental foram criadas as Caravanas de Educação Sanitária, atividades realizadas em comunidades com o objetivo de estabelecer e fortalecer políticas públicas de educação sanitária, ao mesmo tempo em que forma e capacita os profissionais do setor agropecuário, incluindo os Auditores Fiscais Federais Agropecuários.

“Nossas caravanas utilizam metodologias ativas de ensino, comunicação de massa, apoio à formação de multiplicadores e avaliação das atividades desempenhadas”, explicou a Auditora Agropecuária e chefe do Setor de Educação Sanitária, Juliana Moreira Vaz. “Para se ter uma ideia, conseguimos capacitar 940 pessoas em três municípios da fronteira de Amazonas (Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte) do Brasil em apenas 05 dias”, celebrou orgulhosa. 

Como estratégia de gestão do Programa, foi criado um espaço para o intercâmbio de experiências e saberes, a Rede Nacional do Proesa, que promove o intercâmbio de experiências e saberes entre seus participantes. A Rede conta, atualmente, com mais de 50 instituições participantes, tanto do setor público, quanto do privado, como órgãos estaduais de defesa agropecuária, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), prefeituras, associações, universidades públicas e privadas, conselhos de classe, dentre outros. Também possui grupos de trabalho divididos entre temas socialmente relevantes no âmbito da defesa agropecuária, os quais possuem uma sólida produção de conteúdo de caráter educativo. 

Nesse sentido, já foram produzidos livros e materiais digitais educativos acerca de boas práticas no uso de produtos veterinários em animais de produção, bem como relacionados a pragas e doenças como a Influenza Aviária, a Peste Suína Africana, a Monilíase, e a Fusariose em bananeiras.

Além desses, conteúdos como o podcast Enagrocast, produzido em parceria com a Escola Nacional de Gestão Agropecuária (Enagro) e disponível nas principais plataformas de áudio digital, e o jogo de cartas K9-Um fiscal bom pra cachorro, complementam as ações mais recentes do Programa.

Outra atividade que levou a bons resultados foi o I Encontro de Educação Sanitária , realizado em maio deste ano no Instituto Serzedello Corrêa, em Brasília. “Este evento foi extremamente estratégico pois resultou na implementação de políticas públicas, como a criação de legislações e melhoria dos serviços, além de ampliar o número de cursos e ações de educação sanitária em diversas Unidades Federativas do Brasil”, informou Juliana.

As avaliações dos participantes são bastante positivas, destacando-se a possibilidade de conexão entre os membros do Proesa, a troca de experiências, o nível de conhecimento dos palestrantes e o desejo pela realização de encontros mais frequentes. “Educação é preciso!” , destacou um dos presentes.

De acordo com o diretor do Departamento de Serviços Técnicos da SDA, José Luis Ravagnani Vargas, essa última observação será implementada na programação do próximo ano. “Estamos com metas arrojadas para 2024, entre elas a realização de 12 Caravanas de Educação nas cinco regiões do Brasil, a estruturação de um curso remoto de educação sanitária, a revisão da Instrução Normativa nº 28 incluindo as diretrizes atuais do Proesa referentes a metodologias participativas, educação digital e inclusiva, além de atuação conjunta com demais instituições e Ministérios (Meio Ambiente, Saúde, Educação, Cultura, etc), e a publicação do Plano Nacional de Educação Sanitária, por exemplo.”

A chefe do Seduc destacou que a educação sanitária é, além de uma atividade estratégica, um importante instrumento de defesa agropecuária. “Nossa missão é fortalecer a educação em saúde única visando a sustentabilidade socioambiental no setor agropecuário. Para isso, a sensibilização de consumidores, produtores e técnicos orientados ao consumo consciente de produtos de origem animal e vegetal e de insumos agropecuários é um passo fundamental  em direção a um objetivo maior”, finalizou.