Auditores fiscais federais agropecuários marcaram uma mobilização no Largo da Alfândega, no complexo portuário de Santos, em São Paulo, a partir das 10h30 desta sexta-feira (17). O ato também contará com a participação de outras onze categorias relacionadas a agências reguladoras. O movimento pede melhorias nas condições de trabalho dos profissionais, a exemplo da reestruturação das carreiras.
Como parte das ações, os auditores agropecuários decidiram intensificar as fiscalizações de cargas de grãos, especialmente as destinadas para exportações, como soja e café. De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), a medida não terá impactado negativo nas importações de alimentos, como no caso de arroz, neste momento em que o Brasil enfrenta uma crise com relação à calamidade pública do Rio Grande do Sul.
“Entendemos todas as dificuldades enfrentadas pela União, principalmente agora com a urgente e necessária ajuda humanitária e de reconstrução dos municípios gaúchos. A intenção do ato público é dar continuidade a uma mobilização que se arrasta desde janeiro e que não tem tido uma solução por parte das autoridades federais”, afirmou Janus Pablo Macedo, presidente do Anffa Sindical.
Segundo o sindicato, também serão realizadas vistorias mais recorrentes, a partir de amanhã, em madeiras usadas para o transporte e embalagens de produtos no Porto de Santos, abrangendo itens voltados à agropecuária e outros segmentos.
“O prolongamento da mobilização acontece devido à intransigência do governo, que trata a segurança dos alimentos e a defesa agropecuária de forma distinta de outras prioridades, como a arrecadação de impostos, a fiscalização ambiental e a segurança pública”, acrescentou Macedo.
Atualmente, o Brasil conta com 2,3 mil auditores agropecuários para auditar e fiscalizar portos, aeroportos, zonas de fronteira, plantas de frigoríficos, agroindústrias, campos de produção, a saúde e bem-estar animal, além de realizar análises fiscais em laboratórios e abrir mercados por meio das adidâncias agrícolas. Cerca de 20% deste total está apto a se aposentar e a reposição de pessoal por meio de concursos públicos não tem caminhado para atender o volume do agronegócio brasileiro.