A carreira de Auditor Fiscal Federal Agropecuário (Affa) fez 20 anos, com lutas e conquistas. E, apesar de não existir uma diferenciação no ingresso da carreira, elas se destacam, por sua delicadeza e sensibilidade no desenvolvimento do seu trabalho
Atualmente há uma parcela de 33% de mulheres Affas na ativa e filiadas, o que representa um quantitativo de 717 servidoras. Entre os aposentados filiados ao Anffa Sindical, 17% são mulheres. Com relação às conquistas femininas está a falta de diferenciação entre homens e mulheres nos concursos para a carreira e na atuação dos Affas, além da maior presença em cargos de liderança, mas ainda há pelo que lutar.
Para Silvia Quintela, Affa Médica Veterinária, não deve ter distinção de um diferencial das mulheres, até porque isso generaliza, e, cada indivíduo é único. Ela atua há seis anos como Auditora, e está no Serviço de Fiscalização e Insumos Pecuários e Saúde Animal de Santa Catarina. “No meu caso, acredito que a diferença é sensibilidade e o carinho no tratamento tanto das demandas, quanto das pessoas. E o ato de cuidar, muito característico da mulher, da mãe, leoa, provedora, que tem o instinto de proteção”, enfatizou.
O feminino, conforme Sílvia, contribui para o olhar mais sensível do todo. “As mulheres são verdadeiras guerreiras, a grande maioria tem dupla, algumas vezes até tripla, jornada! Muitas de nós, ainda criada nos padrões patriarcais machistas, fomos ensinadas a cuidar de tudo da casa, da família. E essa criação desigual ainda é muito marcante na nossa sociedade. Então muitas de nós, ao sair do trabalho após cumprido o dia no Ministério da Agricultura, a jornada de mãe, de dona de casa, está só na metade”, acrescentou.
Já para Tatiane Nascimento, Engenheira Agrônoma, da Divisão de Registro de Produtos Formulados dentro da Coordenação Geral de Agrotóxicos e afins, a empatia e a visão de organização, são alguns dos diferenciais do feminino. “Sem deixar de ter o pulso firme nas tomadas de decisão, isso faz com que as mulheres, de modo geral, consigam se destacar. Então, a mulher Affa, como qualquer outra, é mãe, filha, esposa, está ali cuidado da casa, auditando, fiscalizando e, em tempos de pandemia, fazendo tudo isso ao mesmo tempo, uma virtude das mulheres”, enalteceu.
Para ela, ainda há muito o que fazer, pois, em sua visão, os homens continuam ocupando cargos mais altos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), “É muito raro ver uma mulher na direção de um departamento ou uma secretaria, mesmo na uma época em que há uma mulher no cargo mais alto, como Ministra da Agricultura. Estamos quebrando esse cenário pouco a pouco. Entendo que isso tem a ver com a cultura do campo. Mesmo com as adversidades que encontramos conseguimos superá-las e exercer nossas funções cada vez mais com excelência”, relatou.
Quintela já foi discriminada no trabalho, por ser mulher e jovem. Mesmo com algumas experiências ruins, para ela, o reconhecimento e valorização, supera essas situações. “Tenho muito orgulho de ser Affa, das colegas e da força e sensibilidade das mulheres”, finalizou.
O Anffa Sindical deixa seus sinceros agradecimentos a todas as mulheres que estão no Mapa e no Sindicato, dedicando-se e trazendo mais leveza ao dia a dia. Parabéns!