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O Agro Traído

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O Orçamento da União para o ano de 2022 que concedeu reajuste para as carreiras policiais federais traz uma constatação: o AGRO foi traído pelo governo federal.

Tudo se encaminhava para que o setor que foi o pilar a sustentar a economia nacional e garantir superavit comercial para o país além de não ter parado na pandemia, por atuar na segurança alimentar, tivesse o reconhecimento de seus agentes públicos. Um pleito dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários – AFFAs para reestruturação da carreira contava com apoio da Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, da Associação Nacional de Proteína Animal – ABPA, e grande parte da bancada federal unida na Frente Parlamentar da Agropecuária – FPA. Entretanto, a interferência direta do Presidente da República no sentido de conceder aumento salarial para os policiais federais impediu que o Congresso e o Governo corrigissem uma distorção que já perdura desde 2017.

Os Auditores Fiscais Federais Agropecuários não são responsáveis apenas por garantir a segurança alimentar da população nacional e certificar que os produtos agropecuários nacionais são inócuos e aptos a serem consumidos por mais de 150 países mundo afora. São os AFFAs que garantem a erradicação e controle de pragas e doenças vegetais e animais no País mantendo o Brasil como celeiro de alimentos para o mundo. Mas, além de garantir alimentos seguros e evitar que doenças acometam nossas lavouras e rebanhos, os AFFAs são os responsáveis por garantir a qualidade de todos os insumos agrícolas utilizados na produção animal e vegetal. O AGRO produz porque os AFFAs garantem a qualidade das sementes, fertilizantes, defensivos e inoculantes agrícolas, vacinas e medicamentos veterinários, suplementos e rações animais, dentre outros.

É fácil verificar a capilaridade da atuação do AGRO e dos AFFAs. Quando for se alimentar, tudo que você ingerir que tiver milho, arroz, soja, trigo, feijão, etc, necessitou de ações fiscais desde o plantio até a industrialização. Tudo que você for ingerir de proteína animal foi inspecionado, incluindo carne bovina, suína e de aves, pescados, mel e derivados, leite e produtos lácteos. Se você for beber um suco ou néctar, um refrigerante, uma cerveja ou uma cachaça, olhe o rótulo, lá constará o registro no Ministério da Agricultura, e com certeza, teve ação de um Auditor Fiscal Federal Agropecuário.

Não há duvidas de que a segurança pública é obrigação do Estado, mas se o AGRO não agir, garantindo alimentos, emprego e renda para a população, não haverá força policial capaz de se sobrepor à fome, ao desemprego e aos desalentados.

AFFAs podem parar

O Sindicato Nacional dos Auditores fiscais Federais Agropecuários – Anffa Sindical afirma que o governo federal não tem utilizado critérios de priorização para carreiras de servidores federais e protesta contra o fato do executivo ignorar a categoria que é essencial para a segurança alimentar, ao deixar os AFFAs de fora da verba de 1.7 bi destinada à reestruturação de outras carreiras federais.

“Durante o ápice da pandemia de Covid-19, por exemplo, os auditores garantiram a circulação de produtos agropecuários inspecionados e mais seguros para o consumo da população brasileira e para o mundo, evitando riscos de desabastecimento”, afirma nota do sindicato.

O sindicato marcou Assembleia Geral com os auditores para segunda feira (27) para estudar as ações a serem adotadas. Não está descartado algum tipo de movimento paredista.

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