Indicações políticas para cargos de comando no serviço público são comuns. Já as nomeações para cargos de chefia baseadas em critérios meritocráticos são raras.
Por Consuelo Garrastazu Paixão Côrtes*
Indicações políticas para cargos de comando no serviço público são comuns. Já as nomeações para cargos de chefia baseadas em critérios meritocráticos são raras. Poucas instituições governamentais adotam a seleção pelo verdadeiro merecimento do cargo, na competência e na recompensa por ter executado um trabalho digno de ser promovido. Encontramos hoje servidores preparados, concursados e capazes de exercer com maestria seu trabalho. No entanto, a meritocracia existe apenas no discurso dos governantes. Na prática, está longe de ser implantada. O sistema de avaliação de desempenho ainda não conseguiu ser usado como instrumento de melhoria do serviço, apresentando sérias deficiências em seus métodos.
Historicamente, valoriza-se pouco o servidor que apresenta resultados positivos e, ao mesmo tempo, recompensa-se com cargos pessoas que ocupam posições estratégicas por interesses de seus pares, sem se preocupar com a adequada execução do trabalho e com os benefícios para a população. Exceções à parte, estes indicados geralmente não possuem competência e qualificação para assumir os cargos aos quais são amigavelmente indicados, tratando exclusivamente de resguardar seus interesses pessoais, causando estragos intermináveis ao serviço e aos cofres públicos. Cabe a cada um de nós, servidores públicos ou não, exigir a nomeação de gestores comprometidos e concursados para as nossas instituições. Devemos dar um basta a indicações políticas. É nosso dever, ao presenciar ato ilícito de gestores, denunciar os fatos e iniciar a mudança que tanto queremos no nosso País.
*Delegada do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários/RS
Fonte: Jornal do Comércio RS – Online