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Atuação do adido agrícola reforça que o Brasil é um parceiro robusto no fornecimento de alimentos

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O  Auditor Fiscal Federal Agropecuário e adido agrícola do Brasil no Egito, César Teles, falou no Podcast da Apex-Brasil, sobre o trabalho realizado no país e a importância desse mercado na exportação brasileira

 

A função do adido agrícola originou-se da necessidade de profissionais de excelência, que defendam os interesses da agricultura brasileira in loco, junto aos parceiros comerciais no mundo. Entre suas tarefas mais importantes, está a busca de melhores condições de acesso de produtos do agronegócio, o estudo de políticas agrícolas e legislações de interesse na agricultura de seus países, além do monitoramento de eventuais modificações nas políticas sanitárias e fitossanitárias de outros países, de notícias, participação em eventos sobre assuntos de interesse do agronegócio e acompanhamento das ações de cooperação na área agrícola, incluindo políticas ambientais, de combate à fome e de desenvolvimento rural.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) conta com 24 adidos em diversos países, localizados em mercados chaves para o agronegócio brasileiro, como África do Sul, Argentina, Bélgica, Canadá, China, Egito, Vietnã, dentre outros.

O  Auditor Fiscal Federal Agropecuário e adido agrícola do Brasil no Egito, Cesar Teles, falou no Podcast da Apex-Brasil, sobre o trabalho realizado no país e a importância desse mercado na exportação brasileira.  “No fim de 2018, o Brasil criou o posto de adido agrícola no Egito, e eu tive a felicidade de estar na adidância agrícola, na Embaixada brasileira, no Cairo. O Brasil decidiu colocar um adido agrícola no Egito porque o país tem uma posição expressiva, de destaque no agro. É um importante fornecedor de fertilizantes – insumo base para a agricultura, é o principal exportador de azeitonas para o Brasil, e desde o ano passado (2019), quando foi aberto o mercado brasileiro para o alho egípcio, está caminhando para ser um dos principais fornecedores de alho para o Brasil”, informou.

 

Mais do que um fornecedor, o Egito é um importante importador e se destaca em vários mercados.  Como exemplo, ele é o terceiro maior importador de carne bovina – perdendo para a China e Hong Kong que são grandes consumidores de carne. Ocupa uma posição de destaque no mercado de milho, gado vivo, para ambos os segmentos ele está na quarta posição, e é importante mercado para o açúcar brasileiro. “Em 2019, esses quatro produtos somaram mais de R$ 1,2 bilhão de dólares exportados, o que é um valor bastante significativo na pauta brasileira”, acrescentou Teles.

Além disso, existem oportunidades em vários produtos como, frutas e polpas de frutas tropicais, lácteos, complexo soja, feijões, gergelim e café. O adido chama a atenção sobre a possibilidade dos empresários brasileiros utilizarem o Egito  como uma plataforma de exportação para os nossos produtos. Devido à sua posição geográfica estratégica é possível acessar a Europa, Oriente Médio e países africanos. “O país tem grande influência geopolítica na região, além de possuir vários acordos de livre comércio, como por exemplo o do Mercosul-Egito. Este acordo está em vigor desde 2017 e tem aumentando a competitividade dos produtos brasileiros”. 

Vale lembrar que há exigências no país, para exportação de alimentos e bebidas, que os empresários precisam ficar atentos. No comércio internacional agrícola, um dos primeiros passos para exportar é saber quais são os requisitos sanitários do país exportador. O Certificado Sanitário Internacional é o documento onde os países exportadores dão garantias ao importador, e demonstram que aquele produto é seguro para a saúde do consumidor e que não contém nenhuma praga ou doença que possa comprometer a agricultura do país comprador. “Quando cheguei no Cairo, um dos focos principais da minha atuação foi a atualização e negociação de novos certificados sanitários, principalmente de produtos de origem animal. Desde então foram abertos mercados para caprinos e ovinos reprodutores, de produtos lácteos, produtos processados e miúdos bovinos, produtos processados de aves e suínos”, complementou. A expectativa, é que em breve, se abra o mercado para genética bovina, tanto para animais reprodutores quanto para sêmen bovino.

Já na área vegetal, foram atualizados os certificados fitossanitários para maçã, milho, soja, pimenta do reino, café, e recentemente foi aberto o mercado para feijão seco. “Sem esses certificados, o Brasil não poderia exportar nenhum desses produtos para o Egito, o Certificado é um pré-requisito. O mercado só abre após a negociação desse documento. Uma vez aberto o mercado, a gente passa para a etapa seguinte, que é a promoção comercial dos produtos brasileiros e a busca por oportunidades” relatou Cesar.

É nesse momento que o Mapa, Apex-Brasil e as embaixadas brasileiras atuam em conjunto para diversificar as vendas. Hoje o Egito possui grande potencial para a venda do café, maçã, poupa de açaí, frutas tropicais, feijões e, gergelim. “Esperamos abrir o mercado de algodão, que é um produto onde o Brasil é muito competitivo”, colocou. O Egito tem 103 milhões de habitantes, com alta taxa de crescimento, área agricultável pequena, localizada sobretudo na faixa que se encontra à beira no Rio Nilo, e possui uma grande limitação de recursos hídricos. Isso faz com que o país importe grande volume de produtos agrícolas, e torne a parceria com o Brasil um caminho natural.

 

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