Com declaração do estado de emergência fitossanitária da mosca-da-carambola, affas aumentam o monitoramento, a contenção e o controle da praga
Amapá, Amazonas, Pará e Roraima estão sob emergência fitossanitária devido ao aumento de registros da mosca-da-carambola. O status, declarado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), nesta segunda-feira (13), tem validade de um ano e redobra o controle por parte dos auditores fiscais federais agropecuários em áreas de trânsito.
A praga quarentenária traz grande temor ao agronegócio brasileiro, pois o país é o terceiro maior produtor de frutas do mundo e representa um significativo player de exportação. Com nome científico Bactrocera carambolae, a praga causa danos em diversas frutas, como tomate, caju, pitanga, acerola e goiaba, além da manga, a fruta mais exportada pelo Brasil.
Desde que foi verificado o primeiro foco da doença no Brasil, em 1996, a mosca-da-carambola permanece restrita aos estados do Pará, Roraima e Amapá. Amazonas foi incluído na emergência fitossanitária de hoje, embora não tenha detectado nenhum caso, pois parte do estado está muito próximo a cidades do Pará com confirmações da praga. Recentemente, houve registros nos municípios paraenses de Oriximiná e Terra Santa.
“A presença da mosca-da-carambola impacta diretamente a economia local e pode comprometer até mesmo as exportações em nível nacional, já que os produtores ficam impedidos de transportar as mercadorias entre os estados”, destaca o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Janus Pablo Macedo, entidade que representa nacionalmente a carreira.
Já o auditor fiscal federal agropecuário e coordenador de Controle de Pragas do Ministério da Agricultura e Pecuária, Ricardo Hilman, explica a importância da carreira para o combate à praga. “Os auditores agropecuários são responsáveis pela coordenação das ações de prevenção, contenção, supressão e erradicação da Bactrocera Carambolae. Além disso, participam das negociações internacionais para abertura de mercados quando envolvem restrições fitossanitárias em relação à praga em questão”, afirma.
“Atuamos desde a elaboração das normas que regem todo o programa de combate a praga. Gerenciamos os resultados alcançados e os recursos necessários, auditando as áreas com e sem a ocorrência da praga, supervisionando a aplicação das medidas fitossanitárias, além de atuar diretamente no combate quando necessário”, adiciona.
Na prática, a fruta é contaminada quando a mosca perfura o alimento e deposita seus ovos na superfície; essa perfuração forma um buraco onde as larvas destroem a polpa da fruta, gerando o seu apodrecimento.