Os auditores fiscais federais agropecuários Bivanilda Almeida Tapias e Nilson César Castanheira Guimarães foram homenageados na última semana com o recebimento do grau de Cavaleiros da Ordem do Rio Branco pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
A Ordem de Rio Branco foi instituída pelo Decreto nº 51.697, de 5 de fevereiro de 1963 e tem o objetivo de exaltar serviços meritórios e virtudes cívicas, assim como estimular a prática de tais ações.
Os auditores agropecuários receberam o grau 5 da homenagem por reconhecimento de seus feitos como adidos agrícolas. Bivanilda, que é ex-adida agrícola na Embaixada do Brasil na Cidade do México, pontuou que o reconhecimento foi uma surpresa e que ficou satisfeita pelo resultado alcançado. “É maravilhoso obter esse reconhecimento, especialmente quando considerado o volume de responsabilidades que o adido agrícola possui.”
Ela, que esteve diretamente envolvida na abertura de mercado da carne suína para o México no último mês, celebrou a relação de confiança estabelecida entre os dois países, o que permitiu que antigas barreiras fossem demovidas paulatinamente.
“Quando assumi a adidância, recebi um relatório de inconformidade dos produtos brasileiros que possuía 28 páginas. Aos poucos, com a cooperação entre as associações do setor privado, a área técnica do Ministério e a disposição de muitos colegas, as coisas passaram a fluir de maneira mais fácil. Assim, solucionamos uma a uma as questões apresentadas, negociamos o modelo de certificado e oficializamos a abertura desse importante mercado”, comemora.
Nilson Guimarães, engenheiro agrônomo com mestrado em inteligência econômica e gerenciamento estratégico, atua desde 2007 no Mapa e está há quatro anos em Rabat, na capital do Marrocos. Recentemente atuou nas negociações para a abertura do mercado marroquino para ingredientes, premixes e aditivos de rações a partir do Brasil e descreve seu sentimento diante de tal deferência: “Ao saber da homenagem fiquei bastante emocionado e grato. É uma honraria bastante importante, que coroa o trabalho realizado e todo o esforço e dedicação que mostrei ao longo de meu período servindo aqui no Reino do Marrocos. Motivo de enorme orgulho!”
Bivanilda, engenheira agrônoma de profissão, foi a primeira adida do Brasil e conta que ao longo de sua carreira teve grandes chefes que acreditaram em sua capacidade e a inteiraram acerca dos trâmites referentes às negociações internacionais. *“Destaco entre eles os embaixadores Maurício Lyrio e Fernando Coimbra, que sempre estiveram dispostos a considerar as particularidades técnicas apontadas por nós adidos, valorizando a carreira dos auditores agropecuários. No Mapa, destaco o então Secretário da SRI, e colega, auditor agropecuário Odilson Luiz Ribeiro e Silva, que confiou na minha capacidade de assumir um Posto com uma agenda na área animal tão pesada e desafiadora“.
Na trajetória de Nilson, ele também faz questão de mencionar chefes e mentores que o apoiaram e auxiliaram na adidância. “Duas pessoas que devo mencionar de forma especial são o auditor fiscal federal agropecuário Dr. Odilson Luiz Ribeiro e Silva, secretário de relações internacionais do agro na ocasião de minha seleção, que confiou no meu trabalho e deu valiosas orientações no início da missão, e o embaixador Julio Bitelli, um grande mentor e líder, que possibilitou que a adidância em Rabat fosse implantada e tivesse sucesso no período de meu trabalho no Marrocos.Impossível não agradecer também às equipes da SCRI/MAPA, em especial da Coordenação Geral de Gestão de Adidos Agrícolas, pelo suporte e carinho que sempre me dispensaram, e à equipe da embaixada em Rabat, uma verdadeira família para mim aqui no Marrocos.”
Diante de tamanha responsabilidade para o assessoramento em assuntos agrícolas entre países, Bivanilda e Nilson ressaltam a importância do conhecimento técnico durante as negociações. Para ela, “muitas vezes o que falta não é diplomacia, mas o entendimento de questões muito próprias da carreira, detalhes dos quais outro profissional não teria conhecimento. Regulamentos, Portarias, o próprio Codex Alimentarius, entre outras convenções que devem estar na ponta da língua do adido, para que sua presença na mesa de negociação traga soluções para o trabalho dos embaixadores”, avaliou.
Nilson atesta essa posição e complementa: “O apoio nas questões fitossanitárias, comerciais, de cooperação e promoção de comércio e imagem são pilares de nossa atuação”, e projeta o que tende a ser o trabalho da adidância agrícola nos próximos anos: “A tendência natural é que o projeto de adidâncias agrícolas através do mundo seja cada vez mais ampliado, tendo em vista o papel fundamental do agronegócio na estrutura social, econômica e ambiental do Brasil.”
Atualmente, no Marrocos, itens como sêmem bovino, embriões bovinos, bovinos vivos, rações para animais de companhia, couros e peles, mel e produtos apícolas, envoltórios naturais e produtos lácteos estão em processo de abertura comercial. Além disso, dois eventos recentes de promoção comercial, com apoio do MRE e do MAPA, foram realizados e contaram com excelente adesão e participação, contribuindo tanto para a promoção comercial quanto para a imagem do agronegócio brasileiro.
“Estamos bastante entusiasmados com estes projetos e acreditamos que o trabalho terá um excelente seguimento”, declarou o adido.
A solenidade de entrega das homenagens deve acontecer no próximo ano. Acompanhe o site do Anffa Sindical e saiba mais.