Ação visa garantir a conformidade dos peixes que serão vendidos para a Semana Santa
Em operação realizada em virtude da proximidade da Semana Santa, auditores fiscais federais agropecuários promoveram uma fiscalização de pescados para verificar a ocorrência de fraude por substituição de espécies, que é quando uma indústria embala um pescado diferente do que é declarado no rótulo. A ação vem sendo realizada pela categoria neste período do ano desde 2015, tendo como resultado uma redução significativa de fraudes ao consumidor.
Para a realização da inspeção, os auditores realizaram coletas de amostras de produtos processados em estabelecimentos sob SIF ou regularmente importados entre os dias 26 e 27 de fevereiro. A ação foi realizada por Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Affas) e Agentes de Inspeção Sanitária e Industrial de Produtos de Origem Animal (Aisipoas) em todas as regiões do Brasil, com a coleta de até 15 amostras por cada um dos Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOAs).
As amostras foram coletadas diretamente nos pontos de venda dos produtos acabados, ou seja, no ponto final para o consumidor, como supermercados, peixarias e delicatessens, dentre outros.
Segundo o auditor fiscal federal agropecuário Paulo Humberto de Lima Araújo, as amostras são coletadas em tubos do tipo eppendorf contendo como conservante o álcool 70% para que o material possa ser corretamente analisado pelos auditores. “São escolhidas para a coleta amostras de pescado consideradas espécies alvo, isto é, espécies de maior valor comercial onde as fraudes de substituição de espécies possuem maior probabilidade de ocorrência”, explicou o auditor.
Paulo Humberto ainda explica que a fraude normalmente se dá pelo interesse de algumas indústrias venderem um peixe de menor valor comercial como se fosse um de qualidade superior. “Podemos citar como exemplos a substituição de bacalhau do porto (Gadus mohua) por Ling ou Zarbo (de qualidade inferior) ou embalar Panga como se fosse linguado”, esclareceu.
As amostras coletadas foram encaminhadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) de Goiás, onde serão realizadas as análises do sequenciamento genético do DNA, com vistas à identificação da fraude por substituição de espécies.
A ação tem tido resultados expressivos nos últimos anos, com o percentual de não conformidade nos pescados tendo tido redução de 22% em 2015, quando teve início a ação, para 1,9% em 2022, último número consolidado do setor.