Item traz benefícios para a saúde e passa por longo processo antes de chegar nas prateleiras do mercado
Quando se fala sobre comida na Semana Santa, o chocolate é o primeiro item que vem à cabeça, mas outro está muito presente durante a celebração da Páscoa: o azeite. Nos lares ao redor do mundo, as cozinhas capricham na culinária durante o feriado religioso com frutos do mar e outras delícias, muitas delas feitas com um toque da especiaria que vem do suco das azeitonas. Apesar de ser tão presente nas casas brasileiras, existe um mundo por trás do produto.
Historicamente, os primeiros registros do uso do azeite de oliva remontam aos anos antes de Jesus Cristo, quando povos mediterrâneos, como romanos, gregos e fenícios, cultivavam oliveiras e extraiam o suco da azeitona. Nos tempos da Grécia Antiga, a prática se tornou ainda mais comum e alcançou o status que traz até a atualidade. Além da presença secular na humanidade, a versatilidade e os benefícios aumentam ainda mais o consumo e a procura pelo item.
Para entender esses pontos positivos, primeiro é preciso conhecer os diferentes tipos de azeite. O extra virgem é o mais saudável, rico em gorduras poli-insaturadas, minerais e vitaminas, seguido pelo virgem. “Os tipos de azeite alternam quanto o odor, sabor, benefícios e outros pontos, até porque variam quimicamente e sensorialmente”, explica a auditora agropecuária e coordenadora-geral da Qualidade Vegetal do Ministério da Agricultura e Pecuária, Helena Pan Rugeri.
De acordo com o Conselho Oleícola Internacional, o Brasil é o segundo maior importador mundial de azeite. São os auditores agropecuários as autoridades brasileiras responsáveis por analisar a qualidade do azeite que chega à mesa do brasileiro. Eles atuam, por exemplo, na fiscalização da importação e mercado interno, registro de empresas produtoras de azeite de oliva, analisando o produto nos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária, e, dependendo do resultado, impedir a comercialização do produto.
“Na parte química, o primeiro ponto que avaliamos é se aquele produto é de fato um azeite de oliva. Coletamos uma amostra e verificamos a composição de ácidos graxos e outros parâmetros para determinar a identidade. Aprovado, poderá passar para a análise sensorial, identificando as características relativas ao odor e sabor, que identifica o tipo do azeite: extra virgem, virgem ou lampante”, acrescenta a auditora agropecuária.
Benefícios
O “ouro líquido”, como os mediterrâneos chamam a iguaria, é rico em gorduras monoinsaturadas, ômega 9, vitaminas, minerais, antioxidantes, propriedades anti-inflamatórias, e previne doenças cardiovasculares, além de reduzir o colesterol. Seja para o bacalhau, para outros tipos de peixe, salada ou as receitas tradicionais de família, é importante ficar de olho nas recomendações.
“A primeira dica é conferir no site do Ministério da Agricultura e Pecuária as marcas que possuem determinação de recolhimento, por oferecer risco ao consumidor. A segunda é o preço, pois não tem como produzir azeite extra virgem com um valor muito abaixo da média”, alerta a auditora.