Incremento da receita passa por complemento da pecuária tradicional com produção de proteínas alternativas
Com o objetivo de avaliar as oportunidades geradas pela bioeconomia no Brasil em um contexto de transição para uma economia de baixo carbono, a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) classificou as soluções que impactam no aumento da produtividade da agricultura e possibilitam a liberação de áreas que podem ser reaproveitadas com as culturas energéticas e, dessa forma, reduzem as emissões durante o processo produtivo.
O estudo prevê que até 2050 a pecuária tradicional será complementada com a produção de proteínas alternativas, inclusive para exportação. Para liberar área de pastagem, será necessário substituir 7% da produção de carne bovina por carne cultivada nos próximos 30 anos.
Hoje são produzidas cerca de 2 milhões de toneladas de carne cultivada, o que equivale a 13% da demanda brasileira de carne em 2050. Com a manutenção das políticas já existentes, o estudo aponta que a indústria nacional fature, em 2050, US$ 108,3 bilhões, mas sem alcançar a neutralidade de emissões prometida.
Já o cenário potencial da bioeconomia, com as implementações completas apontadas, prevê receitas de US$$ 364,9 bilhões mais um adicional de US$ 27,4 bilhões como bônus pela mitigação das emissões, o que resulta em US$ 392,2 bilhões, o que repesenta US$ 284 bilhões a mais que o quadro das ações correntes. Para isso, são estimados investimentos de US$ 45 bilhões e a precificação do carbono de US$ 50 por tonelada de CO2.