Com a presença dos AFFAs da Secretaria de Defesa Agropecuária, Plínio Leite Lopes, João Marcos Nacif da Costa, Marcus Vinícius Sfoggia, além do AFFA aposentado André Ravison, o encontro abordou o papel de destaque que o LFDA/RS teve na gênese e fortalecimento da rede de Laboratórios Federais.
Plínio destacou que o trabalho realizado nos LFDAs foi crucial para o processo de erradicação da Febre Aftosa, e finalizou ao dizer que “o Brasil possui estrutura e história invejáveis de contribuição na prevenção, controle e erradicação de doenças, em especial à febre aftosa.”
A apresentação foi conduzida pelo AFFA Marcus Vinícius Sfoggia que traçou uma linha do tempo com os principais acontecimentos que envolveram os Laboratórios Federais no combate à aftosa: “Em 1951 houve a criação do centro panamericano de febre aftosa em Duque de Caxias/RJ. A história do LFDA/RS começa um pouco mais tarde, na década de 60, início de 70, devido à necessidade de ações conjuntas dos países do continente americano. Assim, se deu a implantação de projeto nacional de combate à Febre Aftosa.”
Sfoggia conta que foi implementada toda a infraestrutura laboratorial assim como o treinamento de pessoal, e em 1970 aconteceu o início do controle oficial das vacinas e início do diagnóstico de febre aftosa no Laboratório Regional – LARA/RS.
De 1985 a 1994 aconteceu o chamado “período de transição da vacina aquosa-oleosa”, assim como a produção da vacina oleosa no LARA/Campinas, e consequente diminuição dos focos de febre aftosa.
A partir de então, laboratórios foram unificados e as atenções se voltaram para a produção de uma vacina de qualidade. No período de 1979 a 1992 animais já eram vacinados no PAP Não-Me-Toque/RS, transportados ao LARA/RS e inoculados com o vírus vivo. Após esse procedimento, aguardavam um período e era realizada a leitura final.
Assim, a vacinação se iniciou no Sul e foi alcançando novos Estados. Em 1993, uma mudança de estratégia: o Programa adota uma plano de erradicação com novas metodologias e novos conceitos voltados a controlar a doença. Tudo isso fazia parte de uma estratégia de preparar o país para a 1ª implantação de zona livre com vacinação no circuito pecuário sul envolvendo RS e SC, e 1998 veio o reconhecimento da 1ª Zona Livre de Aftosa com Vacinação envolvendo esses Estados.
Ao longo do tempo, focos da doença foram descobertos, novos laboratórios entraram no circuito de estudos sorológicos e o LFDA/RS teve papel essencial no controle de vacinas, trabalhando não só internamente, como também na certificação de vacinas para exportação.
No ano de 2001 o Laboratório Federal do Rio Grande do Sul participou de uma capacitação por indicação da AFFA Rossana Allende. O Seminário Internacional de Controle de Vacina Aftosa certificou o modelo adotado pelo LARA/RS como sendo referência para o sistema de controle de vacinas na América.
Em 2009 um novo marco: A implantação do Teste de Detecção de Proteínas Não Estruturais (PNE). João Marcos Nacif explica a importância dessa ferramenta para o controle oficial. “Foi nesse momento que atingimos o chamado ‘controle de pureza da vacina’ e com isso a capacidade de diferenciar melhor os animais que são infectados dos que estão vacinados de uma maneira bem mais eficiente. Isso reduziu muito a quantidade de falsos positivos a campo e a quantidade de retorno nos inquéritos em até 6x menos ocorrências.”
No mesmo ano, o LFDA/RS recebeu a acreditação ELISA-CFL (Inmetro) que atesta a potência da vacina. Foi o 1º laboratório da Rede a obter esse certificado. A partir de então, o Laboratório tem ministrado treinamentos a países vizinhos na América do Sul.
Também foi citado o Laboratório Federal de Pedro Leopoldo/MG que possui certificação de biosseguridade máxima no controle de Febre Aftosa.
Colegas falecidos foram lembrados como precursores do trabalho que é realizado hoje. E os presentes se mostraram felizes pelo reconhecimento dado à história do LFDA/RS. Diego Viali dos Santos avalia que “muitas vezes o trabalho realizado nos LFDAs não é lembrado. Pro PNEFA, esse trabalho foi, e é essencial. Esses colegas fizeram e fazem parte do sucesso do programa”, afirma.
Rossana Allende parabenizou os colegas pela apresentação ao dizer que “vocês conseguiram resumir em 90 minutos um trabalho enorme de várias décadas que é modelo para a coletividade de febre aftosa internacional.”
Por fim, foi feito o convite aos colegas a visitarem o Stand do MAPA na EXPOINTER. Contando toda a história da contribuição da rede de laboratórios federais na obtenção de status de zona livre de febre aftosa, o local apresenta datas e imagens importantes dos 50 anos de LFDA.
Clique abaixo e confira a live na íntegra.