Só em 2022, Brasil produziu mais de 273 mil toneladas da matéria-prima do chocolate
Dados da Organização Internacional do Cacau (ICCO) apontam que o Brasil ocupa hoje a 6ª posição entre os maiores produtores de cacau do mundo. E, neste domingo, 7 de julho, data que celebra o Dia Mundial do Chocolate, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) destaca o trabalho de fiscalização junto à cadeia produtiva, desde o cultivo do cacau ao consumo do produto, que é matéria-prima do chocolate.
Segundo um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), foram produzidas no Brasil mais de 273 mil toneladas de cacau em 2022, ultrapassando a marca de R$ 3,4 bilhões. Pará, Bahia, Espírito Santo, Rondônia e Mato Grosso são os estados com maior produção de cacau no país, respectivamente. Amazonas, Minas Gerais, Roraima, Tocantins, São Paulo e Ceará também começam a produzir a matéria-prima.
“Nosso cacau é reconhecido internacionalmente. Hoje, com o Plano Inova Cacau 2030, temos uma meta ousada de acelerar o desenvolvimento do setor produtivo e consolidar o Brasil como cacau sustentável de origem. Estamos expandindo a produção para outros estados. Com isso, vamos ganhar mais áreas produtivas e autossuficiência no cultivo do produto”, disse Paulo Cesar Lima Marrocos, auditor fiscal federal agropecuário da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Segundo o auditor, o Plano Inova Cacau 2030 é composto por quatro eixos: econômico-produtivo; social; ambiental; e governança. A proposta, com o Plano, é aumentar a eficiência produtiva da cacauicultora brasileira e a renda dos produtores para superar a produção de 400 mil toneladas de cacau ao ano, em 2030. “Nós temos penetração no mercado europeu em função da qualidade de nosso produto. Com o Plano, a ideia é o que o Brasil passe a ser o 3º maior produtor de cacau em todo o mundo”, destacou Paulo.
Fiscalização e pesquisas
Com a ampliação das áreas produtivas, Paulo destaca a atuação dos auditores fiscais federais agropecuários na fiscalização de toda a cadeia produtiva do cacau no Brasil. Segundo ele, há pesquisas em andamento e um trabalho contínuo in loco no monitoramento da produção, desde o cultivo das mudas até o consumo final. A medida visa a prevenir perdas de plantio causadas por diversos fatores e oferecer à indústria alimentícia brasileira um produto de extrema qualidade.
“A cadeia de produção precisa seguir instruções normativas rigorosas e estamos vigilantes. O objetivo é evitar a disseminação de doenças e insetos. Há ainda uma preocupação muito grande, especialmente da comunidade europeia, em relação à presença de metais pesados nas amêndoas, como: cádmio e chumbo. Não foi encontrado no Brasil. Por isso, podemos garantir que nosso produto é de bastante qualidade”, contou.
Paulo destacou, ainda, que há medidas de contingenciamento (feitas pelo Mapa e por agências estaduais da defesa agropecuária) para evitar entrada da Monilíase nas áreas produtoras de cacau no Brasil, que envolvem todos os elos da cadeia produtiva do cacau. A doença do cacaueiro e do cupuaçuzeiro é causada pelo fungo Moniliophthora roreri, que ataca diretamente o fruto em qualquer fase do seu desenvolvimento. Uma vez instalada nas plantações causa grandes perdas econômicas, comprometendo até 100% da produção.
Plano Inova Cacau 2030
Lançado pelo Mapa e pela CocoaAction Brasil, Fundação Mundial do Cacau (WCF), o Plano Inova Cacau 2030 é um plano setorial estratégico que tem objetivo de unir esforços dos distintos elos da cadeia para acelerar o desenvolvimento do setor produtivo. Também consolida o Brasil como cacau sustentável de origem para o mundo, com foco na conservação produtiva, garantindo as condições de vida e trabalho em toda a cadeia.
O plano é fruto de uma construção coletiva, que durou mais de um ano e contou com diversos workshops unindo esferas públicas, privadas e terceiro setor. O plano está dividido em duas fases: Plano Estratégico (lançamento atual) e Plano Tático-Operacional (a ser estruturado em 2024). Ele passará por um processo contínuo de revisão e melhoria e será implementado de maneira participativa pelos diversos elos da cadeia.