Irregularidade no produto podem causar danos à saúde, além de prejuízos ao bolso do consumidor
Uma pesquisa do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Rio Grande do Sul (LFDA-RS) reprovou 82,6% dos azeites de oliva que indicavam ser extravirgem. A prática na classificação do tipo – extravirgem, virgem ou lampante – está relacionada à qualidade ofertada e pode gerar prejuízos no bolso do cosumidor.
Utilizar o termo extravirgem em produtos que não possuem essa qualidade é considerado uma irregularidade pelo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). De acordo com o Ministério, a irregularidade de classificação do tipo está ligada à qualidade do que é ofertado. Neste caso, o azeite é legítimo, originário da oliveira, mas possui diferenças de qualidade onde devem ser identificadas características sensoriais que atribuem superioridade ou não ao produto.
Em alguns casos, trata-se de óleo de bagaço de oliva sendo vendido como azeite de oliva virgem ou até mesmo como extravirgem. Há ainda amostras com a presença de óleos de girassol e de soja.
O que de fato garante a qualidade é o nível de oxidação, mas é uma informação que o consumidor não tem acesso. Por isso, a fiscalização dos produtos é essencial para proteger o consumidor.
Para identificar as diferenças de qualidade nos azeites de oliva ofertados ao consumo, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no Rio Grande do Sul (LFDA-RS) realiza análises sensoriais do produto para provar e identificar nele aromas e sabores. A ação é complementar a análises laboratoriais físico-químicas de confirmação da identidade e qualidade do produto.
O painel é formado por um grupo de painelistas altamente treinados, capazes de identificar sensorialmente pequenas variações de qualidade em azeite de oliva, que após validado pelo chefe de painel é emitido um certificado dizendo se aquele azeite é virgem, extravirgem ou lampante. A análise sensorial é o único método para determinar o tipo de azeite e está prevista na Instrução Normativa nº 01/2012.
Neste ano, o grupo de painelistas recebeu amostras de azeite de oliva importado, especialmente aquelas coletadas nas fronteiras pela Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), para análise de classificação. Até o momento, foram analisadas 46 amostras, a maioria das quais correspondendo a cargas importadas a granel. Dessa amostragem, 82,6% apresentaram irregularidades, indicando que estavam sendo importadas e comercializadas como azeite de oliva extravirgem, apesar de não atenderem aos padrões sensoriais dessa classificação.
É importante ressaltar que o universo de amostras analisadas pelo LFDA-RS não representa necessariamente todo o mercado brasileiro de azeite de oliva, mas sim uma área de investigação pré-determinada pelas autoridades fiscais, incluindo esforços de combate à pirataria e falsificação.
Segundo o Mapa, é considerado extravirgem o azeite que possui acidez de até 0,8% — acima disso é classificado como virgem. Quanto maior o índice, pior é a qualidade em relação à presença de ômega-9, por exemplo.
Fonte: MAPA