Prezado (a) Editor (a):
Com relação ao texto do Blog Só Queijo, “A ressurreição de 266kg de queijos artesanais paulistas enterrados vivos”, referente à apreensão de queijos da queijaria Mulekinha, em Ibiúna (São Paulo), publicado nesta quarta-feira (21), o Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários, o ANFFA Sindical, sem entrar no mérito da ação fiscalizatória no referido estabelecimento – que está em apuração – repudia, veementemente, as referências feitas no texto à auditoria e fiscalização agropecuária, incitando a opinião pública à violência contra os profissionais da área, ao fazer diversas referências no texto, que reduzem todos os profissionais da área ao mesmo estereótipo, de um personagem mencionado no trecho: “A fofoca dava conta que ele era ruim com os produtores porque era traído pela mulher e infeliz no casamento…”.
O menosprezo e o deboche continuam em outra citação: “Geralmente os fiscais de queijo têm formação de veterinário, ou outras competências rurais, e seu sonho é passar em um concurso para ter estabilidade a vida inteira…” “Não deve ser uma atividade muito apaixonante…”. Há ainda outra citação grave, que incita diretamente à violência contra a carreira, reduzindo um episódio (em apuração) a um linchamento público, de toda uma classe de profissionais que merece respeito.
Lamentavelmente, o texto segue com outras menções abusivas, agressivas, desrespeitosas e inadmissíveis, ao citar um “…caso dramático antigo de um fiscal que…, até já morreu…” e segue, contando que a solução para o tal caso só se deu quando “…juntou outros produtores e deram uma surra no fiscal, que acabou indo embora da cidade.”. Ora, onde se quer chegar com essa referência infeliz e irresponsável?
O episódio ocorrido, ainda sob apuração, será devidamente tratado com o rigor da Lei, após a devida investigação dos fatos, para que se faça justiça, sem julgamentos prévios, baseados somente no que se ouviu falar. Pelo o exposto, o Sindicato condena a abominável execração pública e moral da carreira, reduzida a um “causo” ou “fofoca”, contada para diminuir, menosprezar, rebaixar e desmoralizar uma carreira de mais de 100 anos, que tem orgulho de exercer o nobre ofício de zelar pela identidade, inocuidade, qualidade e segurança dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros.
Ciente do direito à livre expressão, é desejável que, no mínimo, no exercício profissional de qualquer que seja a área de atuação, haja o bom senso em não pré-julgar e condenar, ignorando o limite entre a expressão de opinião, justa e respeitosa; e o linchamento público.
Janus Pablo de Macedo
Presidente do ANFFA Sindical – Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários