A Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná (FEAP) enviou, na última terça-feira (21/03), carta ao Anffa Sindical à respeito da operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Leia na íntegra
A Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná (FEAP) enviou, na última terça-feira (21/03), carta ao Anffa Sindical a respeito da operação Carne Fraca, da Polícia Federal. A operação da PF é resultante de denúncia sobre o esquema de fraudes em frigoríficos do PR realizada, em 2014, pelo AFFA e delegado sindical do Paraná, Daniel Gouvea Teixeira, com apoio do Anffa Sindical. Veja abaixo a nota enviada pela FEAP, na íntegra:
Carta aos Brasileiros
Curitiba-PR, 21 de março de 2.017
O agronegócio, que tem como fundamento a relação de toda a cadeia produtiva da agropecuária, naturalmente sofrerá com os prejuízos advindos da operação “carne fraca” da Polícia Federal.
Principalmente a pecuária nacional, já está contabilizando estes prejuízos, sobretudo pela quebra da credibilidade do setor de carnes, após a divulgação das supostas fraudes envolvendo alguns frigoríficos, descumprindo de má-fé, as normas sanitárias do setor.
De todos os elos da cadeia do agronegócio, certamente a defesa agropecuária, que envolve a necessidade do cumprimento de normas nacionais e internacionais de sanidade e fitossanidade, é a mais sensível e a mais impactante para o comércio de nossos produtos agropecuários.
Por isto também que a conquista de novos mercados para a carne brasileira levou tanto tempo e dispendeu tantos recursos. E para mantê-los temos que estar sempre comprovando aos nossos exigentes clientes que o nosso rebanho é sadio, a nossa produção respeita a legislação ambiental, trabalhista, de boas práticas de manejo animal e que os nossos produtos cumprem todas as regras sanitárias de produção e processamento.
Mas nesta área, infelizmente, convivemos com a dicotomia entre o moderno sistema de produção e o arcaico sistema de comando de uma das instituições mais importante do setor, que é o MAPA.
A indicação atendendo apenas o interesse pessoal de certos políticos sem levar em conta o currículo dos indicados e seu histórico que deve ilibado e ligado à sustentabilidade da agropecuária nacional dos Superintendentes Federais de Agricultura nos Estados é uma prática condenável porque, quase sempre, traz o conflito do interesse individual do político, com o interesse da nação, por uma defesa agropecuária técnica e isenta de intervenções mal-intencionadas.
Entendemos que este fato, que perdura na Superintendência Federal do Paraná (SFA-PR) há décadas foi o principal motivador de todo este escândalo que degradou a imagem da pecuária de todo o país, com prejuízos ainda incalculáveis.
Sabemos também que, mesmo com todos os alertas aos ministros e instituições do setor agropecuário do Paraná, feitas pelos próprios Auditores Fiscais Federais Agropecuários, sobre a imperdoável e delicada situação da SFA-PR, nada foi feito.
E agora, infelizmente tarde, mas ainda em tempo, visando reverter este vício danoso de décadas, como membros desta cadeia do agronegócio, exigimos que se cumpra as próximas indicações de Superintendentes e chefias da SFA-PR, seguindo-se o critério meritocrático, como os próprios Auditores Fiscais Agropecuários tem exigido em suas reivindicações.
Somente com esta mudança de mentalidade de atender a coletividade e não a individualidade de alguns é que teremos dias melhores para a agropecuária paranaense e brasileira, pois somos uma Federação Estadual que representa todas as Associações de Engenheiros Agrônomos do Paraná e temos preocupação com toda a cadeia do agronegócio deste País de dimensões continentais.
Presidente: Engenheiro Agrônomo Ricardo Antonio Palma
Diretoria executiva gestão 2017/2019
Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná