Em Brasília, vários filiados se posicionaram em frente à sede do Ministério da Agricultura para manifestar o descontentamento com a defasagem salarial que a carreira passa, se comparada às demais carreiras de auditoria fiscal, e engrossar o coro pela correção remuneratória.
Atendendo às recomendações do Comando Nacional de Mobilização (CNM) e do Anffa Sindical, os filiados lotados em todo o país seguem intensificando as ações reivindicatórias em prol da reestruturação da carreira.
Em Brasília, vários filiados se posicionaram em frente à sede do Ministério da Agricultura para manifestar o descontentamento com a defasagem salarial que a carreira passa, se comparada às demais carreiras de auditoria fiscal, e engrossar o coro pela correção remuneratória.
Munidos de uma faixa e de camiseta preta, atendendo o chamado da campanha “Quartas-Feiras da Auditoria Fiscal”, os Affas debateram as ações em curso, tiraram dúvidas e receberam orientações de membros do CNM, da Direx e da DS/DF.
O presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo, lembrou do papel de cada um no movimento e que, só com adesão, é possível aumentar as chances de concretização do pleito. “Sabemos das dificuldades, mas também entendemos que, nesse momento, há chances reais e a barreira é mais política do que econômica”, disse.
Ele lembrou que a busca pela restauração é uma pauta antiga e que o momento de concretização se mostrou ser mais viável agora. “Temos um espaço orçamentário para isso, temos uma super estimativa da folha salarial do serviço público, que também abre mais espaço e, diante de todo esse cenário, um prazo curto. Podemos materializar esse nosso desejo em dois instrumentos legislativos, que são uma Medida Provisória ou um Projeto de Lei. O horizonte temporal vai de acordo com a movimentação política, mas nós temos até o fim do semestre para trabalhar nossa reestruturação”, disse.
O dirigente adiantou que deve haver uma nova reunião na Casa Civil até a próxima semana para tratar da questão e demonstrou otimismo, uma vez que parece haver um entendimento da cúpula ministerial sobre a visão estratégica que a carreira tem para o Estado.
“É em cima disso que temos energia para trabalhar, para responder a valorizar o trabalho daqueles que estão na ponta, nas plantas frigoríficas, nos portos, aeroportos, nas superintendências, nos laboratórios, nas Utras. Porque sabemos que existe a pressão do setor, do frigorifico, do despachante, entre outros, em nossos colegas. O desafio é muito grande, mas estamos preparados. Vamos lutar até o fim. O movimento está crescendo e dando resultado”, completou Pablo.
Experiente em negociações salariais anteriores, o vice-presidente do Sindicato, Ricardo Nascimento, lembrou que esta é a primeira vez em que a categoria é recebida por um ministro da Casa Civil. “Embora haja diálogo com ele, não há nada formalizado, nenhum acordo de cooperação como estávamos acostumados a negociar. É fato que a situação só estará resolvida quando tivermos algo materializado, seja por PL ou MP. Mas, sabemos que isso tudo é fruto dessa mobilização que estamos fazendo”, afirmou.
A edição de novos certames também foi lembrada pelo líder sindical. “A reestruturação é a pauta do momento, mas não esquecemos de outras bandeiras de luta. A necessidade de concurso público também foi tema com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, esta semana, assim como vem sendo há muito tempo com a bancada agropecuária no Congresso Nacional e com a Administração. Para terem ideia, tivemos 13 audiências com a ministra da Agricultura somente no ano passado, ou seja, mais de uma por mês. O diálogo, a construção, a busca por condições melhores para a carreira, são fruto de abordagens feitas exaustivamente”, esclareceu.
A articulação junto a entidades representativas do agronegócio e lideranças parlamentares foi levantada pela diretora de Relações Institucionais, Consuelo Garrastazu Paixão Cortes, como um ponto crucial no apoio ao pleito. “Continuamos firmes no trabalho parlamentar, criando um lastro para o movimento com foco nas entidades e parlamentares que têm chance de influenciar o presidente da República porque já temos a oposição conosco. Temos que saber a hora de intensificar e de aliviar as ações e, por isso, é importante seguir as recomendações do Comando Nacional de Mobilização”, ressaltou.
Responsável pela coordenação dos atos voltados para o movimento reivindicatório, o coordenador do CNM, Serguei Brener, reiterou a opinião da diretora no que diz respeito ao equilíbrio na intensificação das estratégias, mas disse observar cada área para trabalhar melhor os resultados esperados. “O CNM está se pautando no diálogo, acompanhando o andamento de cada local, escolhendo, priorizando determinadas áreas onde temos condições de exercer maior pressão, mas sem nos esquecer das outras. Por isso, contamos com a ajuda de todos”, explicou.
“Aquilo que pudermos fazer para ajudar os colegas na ponta, é importante fazer. Isso significa trazer mais pessoas para o engajamento e procurar atender às orientações dirigidas aos filiados”, reforçou o delegado sindical do DF, Egon Vieira da Silva.
Contribuição – Aprovada no último concurso, ocorrido em 2018, a Affa Ana Carolina Botelho, acredita que a mobilização é essencial para valorizar a categoria. “Essa movimentação é importante para mostrar para a sociedade nossa força, mas, acima de tudo, nossa importância e o impacto positivo que nosso trabalho gera para o agronegócio a para a saúde humana através da inspeção e da fiscalização de diversos produtos que chegam ao consumidor. Na minha opinião, mais importante até que a correção salarial”, disse.
Já o Affa aposentado Oscar de Aguiar Rosa disse se sentir orgulho de contribuir para esse momento tão relevante para a história da carreira. “Essa é uma luta que é justa. É uma oportunidade para estar com os colegas e aumentar as chances de conseguirmos a reestruturação. O cenário não é bom, mas só nossa mobilização poderá nos dar a condição de intensificar essa causa”.
Assim como em Brasília, as mobilizações seguem alinhadas em diversas cidades, como Foz do Iguaçu (PR), Itajaí (SC), Santos (SP), Caratinga (MG), Nova Andradina (MS), Londrina (PR), além do Rio Grande do Norte, Espírito Santo, entre outros.