Servidores da Fiscalização Agropecuária do Maranhão (Grupo AFA), vinculados à Agência Estadual da Defesa Agropecuária (AGED), estão prontos para a greve geral aprovada em assembleia da categoria em maio passado. A direção do Sindicato dos Servidores da Fiscalização Agropecuária (SINFA-MA) deflagrou uma campanha de mobilização para explicar o motivo da paralisação, marcada para 1° de setembro próximo, e organizar a adesão.
Os integrantes do Grupo AFA (Atividade de Fiscalização Agropecuária) têm demandas históricas, algumas que se arrastam há mais de sete anos. Para o presidente do SINFA-MA, Diego Sampaio, “estamos cansados de esperar bons resultados do diálogo, sempre de nossa iniciativa, para vermos nossas reivindicações atendidas. E a pauta envolve benefícios para o servidor, mas, também, para a autarquia”, justifica. E lamenta a protelação das autoridades.
Agenda – Os servidores cobram compromissos assumidos pelo atual governo (pois o anterior os ignorou), relativos a salários em atraso, pagamento de promoções, progressões e adicional de qualificação de anos anteriores, renovação da frota para trabalhos de campo (está sucateada), compra de modernos equipamentos eletrônicos, contratação de serviços avançados de cibernética e instalações físicas de segurança e conforto. Também exigem nomeação de aprovados no concurso público para a AGED-MA, reforma administrativa da autarquia e valorização profissional.
A campanha de mobilização, em andamento até esta segunda-feira, já reuniu, presencial ou virtualmente, servidores lotados em Caxias, Imperatriz, Açailândia, Pedreiras, Rosário, Itapecuru-Mirim, Santa Inês, Viana, Pinheiro, Barra do Corda e Zé Doca. Até terça-feira novo roteiro será cumprido. A adesão de servidores ao movimento surpreendeu a direção sindical. “Talvez motivados pelo que sofrem há anos para prestar serviços a uma numerosa comunidade”, reconhece o presidente.
“Petição de miséria” – O fiscal estadual agropecuário Francisco Saraiva, tesoureiro do SINFA-MA e vice-presidente da UNAFA (representação nacional dos servidores da categoria), lidera a luta pelo cumprimento da pauta há mais de 10 anos (metade do tempo de existência da Agência). Ela lamenta a insensibilidade dos dirigentes pelo descaso com que tratam a autarquia e seu corpo técnico. E relata que rica contribuição de sugestões tem sido oferecida, “mas o descaso é uma constante”.
Ao referir-se à frota sucateada, colocada à disposição das equipes de campo, Saraiva ressalta que os veículos, em sua maioria muito antigos, oferecem riscos a quem se utiliza deles, principalmente quando precisam trafegar por áreas de difícil condições físicas. “Os carros não recebem a devida e regular manutenção. Só são alvo de algumas atenção quando, praticamente, não terão nenhuma vantagem na recuperação e estão em “petição de miséria”.
Abandono – O presidente Sampaio reclama da protelação enfrentada pelos servidores para o atendimento das reivindicações. Diz que o comportamento tem sido uma constante nas relações entre o poder público, a autarquia e os servidores. “Nós estamos abandonados pelo Governo do Estado”, denuncia. E esclarece que o que a categoria cobra, em termos financeiros, está na lei orçamentária votada pelo Poder Legislativo para o corrente exercício.
Argumenta que o que os servidores cobram é o respeito ao compromisso assumido pelo atual governo: “Não estamos pedindo nada, exigimos o pagamento do que é nosso por conquista pacífica e que está no orçamento. O governo precisa cumprir a palavra com o servidor. A greve é a solução para que sejamos atendidos”, conclui.