Representantes do Fonacate, Sindijus, Sinprofaz e Sindilegis trocaram experiências com o ANFFA durante o II painel do VI Conaffa, nessa terça-feira (25)
Quatro sindicatos com forte atuação no país, em defesa do funcionalismo público, das três esferas de poder, trocaram experiências com o ANFFA, durante o painel “Os sindicatos frente ao novo modelo de Estado”, no VI Congresso Nacional da carreira. Depois de compartilharem aprendizados, ficou o compromisso de seguirem juntos para enfrentar os novos desafios decorrentes das mudanças no cenário político e econômico do país.
Para o ANFFA, o debate também abriu espaço ao anúncio de boas notícias trazidas pelo presidente Janus Pablo. Ele informou que nos dias 7 e 8 de novembro, pela primeira vez, a equipe que conduz a reestruturação da carreira no Sindicato, vai ao Ministério da Economia para falar sobre as atividades realizadas pelos Affas, especialmente de auditoria e fiscalização, “visando mostrar a necessidade de alcançarem o mesmo patamar de remuneração de outras categorias”, antecipou Janus. O presidente também anunciou as boas perspectivas de pagamento de precatórios aguardados por décadas, pelos servidores ativos.
Na ocasião, o presidente também informou os próximos passos do ANFFA, na definição de plataformas de trabalho, com foco em benefícios aos filiados ativos; em valorização da carreira e de luta sindical. Segundo ele, são aspectos que serão trabalhados, independentemente do próximo governo eleito. Coube a Janus Pablo, mediar as discussões do painel II, associando a fala de cada representante sindical aos temas comuns ao ANFFA. “Como é bom conhecer a realidade de quem está ao nosso lado, embora em outro poder, mas com as mesmas dificuldades”, completou o presidente, após conhecer o cenário de cada sindicato.
Experiências
Na abertura do painel, Janus esclareceu a linha de debates, focada na presença do sindicalismo frente ao novo modelo de Estado, que propõe menos servidores públicos. Com a palavra, Rudinei Marques, presidente do Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado), que representa em conjunto as Carreiras Típicas de Estado, agregando mais de 200 mil servidores públicos, relembrou os desafios do funcionalismo público na luta contra a PEC 32 (Reforma Administrativa) e outras lutas, que segundo ele, tiveram participação expressiva do ANFFA. “Temos que ter regras de negociação no serviço público”, destacou, referindo-se ao PL de negociação coletiva para os servidores públicos. Rudinei também mencionou pontos que precisam de atenção no cenário de lutas das carreiras públicas, como a necessidade de reconhecimento do direito à greve.
Para José Rodrigues Costa Neto, presidente do Sindijus, Sindicato dos trabalhadores do poder judiciário do DF, Tocantins, Acre, Rondônia e Roraima, a união entre os sindicatos que representam o funcionalismo público pode fortalecer a luta em busca do reconhecimento da sociedade sobre os pleitos das carreiras públicas. “Temos cenários de muitas realizações no judiciário, como o pagamento de precatórios, por exemplo. Vamos determinar nossas plataformas, bases de fortalecimento da carreira”, destacou e falou em planejamento de ações.
Também alinhado com o propósito de unir forças, e voltar as atenções para conquistar a simpatia da sociedade às causas do Sindicato, Achiles Linhares de Campos Frias, criticou o tratamento que o governo deu à categoria nos últimos quatro anos. “O que esperar de um governo que nos deixou na defensiva, sem aumento e sem poder de pressão?”. Achiles trouxe para a discussão reflexões sobre iniciativas usadas pelos sindicatos para fazer pressão junto ao poder público, como a greve. Questionou, por exemplo, o corte de ponto em situações de paralisações.
Na fala de Alison de Souza, presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis), outras questões relativas às carreiras públicas vieram à tona, como a ampliação da capacidade de influenciar grupos e pessoas ligados aos públicos de interesse dos Sindicatos. Nesse aspecto, elogiou os auditores fiscais federais agropecuários, por terem essa capacidade de se aproximar da sociedade, pela forma como a carreira trabalha e gera informações, dados, inteligência. “Precisamos dos senhores para mudar nosso quadro de distanciamento da sociedade”, reconheceu.
Confira a íntegra do Painel II – Os sindicatos frente ao novo modelo de Estado: